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08/07/2003 - 05h57

Brasil sobe para 65º no índice qualidade de vida da ONU

JULIA DUAILIBI
PLÍNIO FRAGA

da Folha de S.Paulo

O Brasil subiu quatro posições no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), mas o pequeno crescimento da renda média da população impediu melhoria ainda maior do país no ranking anual das Nações Unidas.

Graças a avanços no acesso à escola, na equidade de oportunidades a homens e mulheres e no aumento da expectativa de vida, o Brasil passou da 69ª para a 65ª posição no ranking do IDH, que mede a longevidade, a educação e a renda da população de 175 países.

O estudo do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) revela que, numa faixa de 0 a 1, o IDH do Brasil passou de 0,772 para 0,777. Quanto mais próximo do 1, melhor o desenvolvimento humano do país.

De 1975 a 2001, os 26 anos de existência do IDH, a renda média per capita anual do brasileiro cresceu 0,8%, taxa menor do que a média mundial (1,2%), do que a dos países em desenvolvimento (2,3%) e a dos países ricos (2,1%).

No relatório de 2003, com dados de 2001, ainda sob o governo Fernando Henrique Cardoso, a renda média do brasileiro cresceu 0,71%, passando de US$ 7.349 para US$ 7.360 (valores calculados levando em conta o poder de compra da moeda americana em diferentes países).

A renda média recuou 0,1 ponto percentual em relação ao ano anterior. No documento de 2002, com dados de 2000, a renda média do brasileiro havia crescido 0,72, em ambos os casos abaixo da média dos últimos 26 anos.

O Brasil continua entre as nações de médio desenvolvimento humano, mas na América do Sul está atrás da Argentina (34º do ranking), do Uruguai (40º) e do Chile (43º) --classificados entre os países de alto desenvolvimento humano-- e da Colômbia (64º).

"Nos últimos anos, a educação tem elevado a posição do Brasil, mas a renda ainda joga o país para baixo", afirmou o doutor em economia Roberto Martins, ex-presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

O relatório diz que, assim como o México, a Índia e a China, o Brasil apresenta áreas de desenvolvimento econômico com enormes bolsões de intensa miséria. "O progresso nesses países foi excelente. Mas algumas áreas e grupos não foram beneficiados o suficiente enquanto segmentos abastados da população continuam a se fortalecer", diz o relatório.

Ao lado da Índia, Uganda e Tailândia, o Brasil aparece como um dos países que mais conseguiram reduções significativas da pobreza. O ritmo, entretanto, não deve permitir que o país atinja a meta de redução da pobreza extrema até 2015.

O "Relatório do Desenvolvimento Humano 2003" sofreu mudanças metodológicas que impedem sua total comparação com o documento do ano passado.

No levantamento de 2002, o Brasil estava no 73º lugar. Refazendo-se a lista do ano passado sob o novo critério, atinge a 69ª posição. A principal mudança metodológica foi no quesito educação e beneficiou o Brasil.

A Unesco, que coleta os dados do setor, reviu as informações da taxa de matrícula bruta. Antes, estimava o percentual de alunos matriculados. Agora, passou a aceitar o número dos governos.

No caso brasileiro, a taxa saltou de 80% para 92,9%, o que abarca todos os matriculados, incluindo os jovens acima de 14 anos que ainda estão no ensino fundamental. Ou seja, o índice mede o acesso à escola, independentemente da qualidade do ensino.

Na comparação dos dados mais recentes, percebe-se a melhora na educação. De 1999/2000 para 2000/2001, a taxa de matrícula nos três níveis de ensino cresceu de 92,9% para 95,1%. A alfabetização de adultos passou de 86,9% em 2000 para 87,3% em 2001.

A esperança de vida do brasileiro ao nascer subiu de 67,6 anos em 2000 para 67,8 anos em 2001.

Faltam dados atualizados sobre concentração de renda, medida pelo índice de Gini. O relatório de 2002 mostrava que a concentração aumentara no Brasil.
 

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