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08/07/2003
-
08h16
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Em recente reunião de cúpula no Planalto, Lula deu a ordem: "No segundo semestre, vai ter reforma agrária". José Dirceu (Casa Civil) ajeitou-se na cadeira e fez aquela perguntinha que nunca quer calar: "E a erva, o tutu, o cacau?".
Lula, apontando o dedo para Dirceu, Palocci (Fazenda), Mantega (Planejamento) e Rosseto (Reforma Agrária), um a um: "Isso é problema de vocês. Resolvam!". A reforma agrária, portanto, vem aí. Só não se sabe qual. Na versão extra-oficial, um dos erros de Lula foi nomear Rosseto.
Mais leal ao MST do que ao Lulinha Paz e Amor, vem enchendo o Incra com gente dele. Leia-se: do próprio MST. Na versão oficial, porém, Rosseto está muito bem, obrigado, e só não fez nadica de nada na reforma agrária para seguir as ordens de Lula, que mandou parar tudo até ter uma radiografia de quantos são, como estão e o que produzem os assentamentos. Em resumo: foi Lula quem determinou que no primeiro semestre a reforma agrária parasse para balanço e depois anunciou que agora vai. Não se sabe para onde, mas é melhor ir para algum lugar antes que seja tarde. O MST invade e saqueia. A UDR e afins estão armados até os dentes. Boa coisa isso não costuma dar. Como pano de fundo, trabalhadores rurais estão preferindo aderir ao MST e disputar uma gleba a ganhar salário de fome; assentamentos estão virando favelas rurais; a reforma agrária não passa de mera distribuição de lotes, sem planejamento, sem infra-estrutura, sem nenhuma contribuição à economia do país. Quem conversa com quem quer que seja do governo se submete a uma lamúria sem fim sobre a falta de "erva, tutu, cacau".
E falta muito mais do que isso. Não é de hoje, tá certo. Mas, hoje, quem tem de responder não é mais FHC. É Lula. E aí, Lula?
Genoino: "Nenhuma prefeitura do PT, moderada ou radical, deixou de passar por greve de servidor. A de hoje faz parte". Isso é bom ou ruim?
Artigo: Erva, tutu e cacau
ELIANE CANTANHÊDEda Folha de S.Paulo, em Brasília
Em recente reunião de cúpula no Planalto, Lula deu a ordem: "No segundo semestre, vai ter reforma agrária". José Dirceu (Casa Civil) ajeitou-se na cadeira e fez aquela perguntinha que nunca quer calar: "E a erva, o tutu, o cacau?".
Lula, apontando o dedo para Dirceu, Palocci (Fazenda), Mantega (Planejamento) e Rosseto (Reforma Agrária), um a um: "Isso é problema de vocês. Resolvam!". A reforma agrária, portanto, vem aí. Só não se sabe qual. Na versão extra-oficial, um dos erros de Lula foi nomear Rosseto.
Mais leal ao MST do que ao Lulinha Paz e Amor, vem enchendo o Incra com gente dele. Leia-se: do próprio MST. Na versão oficial, porém, Rosseto está muito bem, obrigado, e só não fez nadica de nada na reforma agrária para seguir as ordens de Lula, que mandou parar tudo até ter uma radiografia de quantos são, como estão e o que produzem os assentamentos. Em resumo: foi Lula quem determinou que no primeiro semestre a reforma agrária parasse para balanço e depois anunciou que agora vai. Não se sabe para onde, mas é melhor ir para algum lugar antes que seja tarde. O MST invade e saqueia. A UDR e afins estão armados até os dentes. Boa coisa isso não costuma dar. Como pano de fundo, trabalhadores rurais estão preferindo aderir ao MST e disputar uma gleba a ganhar salário de fome; assentamentos estão virando favelas rurais; a reforma agrária não passa de mera distribuição de lotes, sem planejamento, sem infra-estrutura, sem nenhuma contribuição à economia do país. Quem conversa com quem quer que seja do governo se submete a uma lamúria sem fim sobre a falta de "erva, tutu, cacau".
E falta muito mais do que isso. Não é de hoje, tá certo. Mas, hoje, quem tem de responder não é mais FHC. É Lula. E aí, Lula?
Genoino: "Nenhuma prefeitura do PT, moderada ou radical, deixou de passar por greve de servidor. A de hoje faz parte". Isso é bom ou ruim?
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