Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
09/07/2003 - 06h41

Há "um Moçambique" no Brasil, diz ONU

LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Apesar da melhora do Brasil no ranking mundial do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 2003, a ONU (Organização das Nações Unidas) advertiu ontem que o país precisa se esforçar mais para eliminar as graves desigualdades regionais --situação comparável a ter "um Moçambique" dentro do Brasil.

O ministro José Dirceu (Casa Civil), que representou o governo ontem no lançamento do Relatório de Desenvolvimento Humano de 2003, voltou a dizer que recebeu uma herança negativa e anunciou que promoverá uma reunião interministerial com o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano) para o estabelecimento de metas e prazos concretos.

Para o Pnud, é preciso discutir um "cronograma realista". Em pelo menos três setores --erradicação da pobreza, acesso a saneamento básico e a água potável-- o desempenho do país na última década não garante o atingimento das "metas de desenvolvimento do milênio" até 2015.

"Em termos aproximados, há um Moçambique dentro do Brasil, com os mesmos índices de IDH e de indigência", disse Carlos Lopes, representante do Pnud no Brasil, referindo-se ao fato de 9,9% da população brasileira viver com menos de US$ 1 por dia, em valor medido pela paridade do poder de compra.

O Brasil passou da 69ª para a 65ª posição no ranking de 175 países. O IDH --indicador que mede a qualidade de vida com base em dados de educação, longevidade e renda-- passou de 0,772 para 0,777. Moçambique é o 170º.

Segundo o relatório, o Brasil tem a quinta renda mais desigual do mundo, perdendo apenas para Namíbia, Botsuana, República Centro-Africana e Suazilândia.

José Dirceu afirmou que o governo está trabalhando para conciliar os ajustes fiscais feitos no primeiro semestre com o cumprimento de metas sociais.

"Estamos neste exato momento enfrentando esse problema de como equacionar o ajuste [fiscal] que estamos fazendo. Com o risco-país em 2.400, inflação projetada em 30%, 40%, o dólar a R$ 4 e a dívida interna chegando a 63% do PIB, não havia como assumir nenhum compromisso com meta nenhuma", disse o ministro.

A Executiva Nacional do PSDB divulgou nota criticando Dirceu. Diz que as acusações são ""sempre vazias, caracterizadas pela leviandade de quem as faz". A nota ressalta que o Brasil só subiu pontos no IDH na gestão de FHC.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página