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09/07/2003 - 12h29

Ministro diz que conflitos no campo podem prejudicar investimentos na agricultura

FELIPE FREIRE
da Folha Online, em Brasília

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, admitiu hoje que a possível continuidade dos conflitos no campo, entre fazendeiros e MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), pode prejudicar os investimentos na produção agrícola do país.

"Sem dúvida a ameaça das invasões cria uma expectativa de instabilidade e eventualmente a continuidade desse processo pode retirar investimentos do setor", afirmou o ministro em reunião com a base governista no Senado.

A possibilidade de prejuízos para os agricultores em função dos conflitos agrários foi um dos argumentos usados pela oposição para justificar o pedido de instalação da CPI que investigaria as ações do MST.

Apesar de citar uma ameaça aos investimentos no país, o ministro disse acreditar que a reforma agrária proposta pelo governo, "pacífica e dentro da lei", reduzirá os conflitos.

O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), afirmou que as disputas agrárias são localizadas, administradas e secundárias. "Não vamos transformar aquilo que é secundário na parte hegemônica da agricultura. O principal da agricultura é o resultado. O conflito é secundário", disse.

Infra-estrutura

Roberto Rodrigues afirmou ser fundamental para a agricultura investimento em infra-estrutura, especialmente em estradas e portos. Sem condições para que a produção agrícola brasileira seja escoada, ele adiantou que a agricultura, que hoje registra recordes na produção de grãos, poderá registrar uma grave crise.

"Sem infra-estrutura, podemos chegar a pior crise da agricultura, que é da abundância", afirmou. Se os produtores não conseguem vender sua produção, os preços internos caem com o excesso de oferta e a renda dos agricultores diminui.

CPI

O ministro da Agricultura afirmou ser favorável a uma CPI que investigue todos os conflitos no campo, ou seja, descartando uma investigação apenas das ações do MST, como sugere a oposição.

O governo agora trabalha para esvaziar a discussão sobre a instalação da CPI, que poderia prejudicar a votação das reformas tributária e previdenciária no Senado. O primeiro passo para diminuir a pressão foi adiar, para agosto, a discussão entre os líderes sobre a viabilidade das investigações.
 

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