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25/07/2003 - 12h53

Banco francês diz que respeitou legislação na detenção de Maluf

da Folha Online

O banco francês Crédit Agricole, um dos mais importantes do país, afirmou, em um breve comunicado à Folha Online, que "respeitou as leis vigentes no país e se ajustou às instruções das autoridades judiciais francesas" na detenção do ex-prefeito paulistano, Paulo Maluf (PP).

A instituição também confirma que a detenção ocorreu em uma de suas agências parisienses, por volta das 10h45 (horário local).

Ontem, Maluf criticou duramente o banco por ter revelado dados de sua conta bancária no país, em especial o agente que Jean Marc Buyge, que segundo ele, "deveria ser demitido". O pedido para deter Maluf partiu do juiz Henri Pons, do Tracfin, órgão que investiga transações financeiras na França sob a suspeita de lavagem de dinheiro. De acordo com a assessoria do órgão, o caso agora será encaminhado à Justiça francesa.

A embaixada brasileira em Paris disse que foi informada do ocorrido ontem à tarde, informalmente, por telefone, pelo Quai d'Orsay (Ministério das Relações Exteriores da França), de que "o senhor Paulo Maluf havia sido retido para prestação de esclarecimento".

O ex-prefeito passou o dia prestando esclarecimentos à brigada financeira francesa, em Nanterre (região metropolitana de Paris), sobre o depósito de cerca de US$ 1,46 milhão (cerca de R$ 4,3 milhões) efetuado em abril deste ano no Crédit Agricole, conforme revelou reportagem da Folha.

Os bancos franceses têm obrigação legal de comunicar à unidade de inteligência financeira da França, que se chama Tracfin (Traitement du Renseignement et Action contre les Circuits Financiers Clandestins) as operações financeiras que eles consideram suspeitas.

Os órgãos de inteligência financeira dos vários países trocam informações sobre operações que apresentem indícios de prática de crimes, entre os quais lavagem de dinheiro. No Brasil, segundo a lei nº 9.613/98, que trata de lavagem de dinheiro, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) tem a obrigação de informar autoridades competentes, como o Ministério Público Federal quando vê indícios de ilegalidades.

Veja a íntegra da nota e a respectiva tradução:

"En raison du secret de l'instruction, le Crédit Agricole d'Ile de France précise qu'il ne peut faire aucun commentaire sur les propos de Monsieur Maluf, mais tient cependant à souligner que la banque a respecté les lois françaises en vigueur et s'est conformée aux instructions des autorités judiciaires françaises."

"Em razão do sigilo do procedimento instaurado, o Crédit Agricole da região Ile de France não pode fazer nenhum comentário a propósito do senhor Paulo Maluf, mas ressaltamos que o banco respeitou as leis francesas em vigor e se limitou a seguir as instruções das autoridades jurídicas francesas."
 

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