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07/08/2003 - 05h13

Governo admite que correu risco de perder votação

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RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em Brasília

O líder do governo na Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP) admitiu que houve risco de a base perder para a oposição na votação que manteve a contribuição dos servidores inativos no texto da reforma da Previdência.
A mesma afirmação foi feita pelo presidente do PT, José Genoino, que acompanhou todo o processo de votação.

A taxação dos inativos foi mantida com 326 votos favoráveis, 163 contra e uma abstenção. Pelo resultado, o governo obteve apenas 18 votos a mais do que os 308 que seriam necessários para garantir a aprovação da matéria.

"Houve uma certa tensão momentânea porque foi uma votação estratégica e talvez a mais importante do governo nessa sua fase inicial, mas tínhamos a convicção de aprovarmos essa proposta com uma certa margem de segurança", afirmou Rebelo.

Pouco antes de dar essa declaração, Rebelo conversou com o ministro da Casa Civil, José Dirceu, que telefonou para parabenizá-lo pela aprovação. Segundo o deputado, Dirceu avaliou que o desempenho da base foi "muito bom" e deu tranquilidade para concluir com segurança a votação dos demais destaques apresentados à reforma.

Para Genoino, a votação desta madrugada foi a mais difícil enfrentada pelo governo até agora. "Nós tivemos momentos aqui, durante os encaminhamentos em que corremos um sério risco de bater na trave com 305 ou 310 votos. A votação desta noite mostrou que o governo tem determinação e sangue frio para correr riscos com humildade", declarou o petista.

Na avaliação de Genoino, a decisão de votar o destaque que buscava retirar a contribuição do texto da reforma foi "corajosa".

Ele comentou também o fato de os oito deputados do partido que se abstiveram na votação do mérito da reforma terem voltado atrás e votado a favor da contribuição. "Eu estou mais feliz porque votaram sim os 90 deputados da bancada do PT. Eu acho que foi muito importante a bancada votar unida. O que aconteceu na votação do mérito, com a votação da taxação, que tem um significado muito maior, no meu modo de entender é uma repactuação da bancada e do partido", disse Genoino.

Na verdade, 89 deputados do PT votaram com o governo. Os três radicais, Luciana Genro (RS), João Fontes (SE) e Babá (PA), votaram contra.

Além de a bancada petista, a exceção dos radicais, ter votado unida, o governo contou com votos da oposição para garantir a aprovação da taxação dos inativos. Foram ao todo 57 votos de deputados do PFL e do PSDB.

"Eu acho que nós cumprimos o nosso dever para com o país. Mostramos que em determinadas situações limites nós somos capazes de ultrapassar a fronteira do interesse partidário e mirar o horizonte do país", disse o deputado Roberto Brant (PFL-MG), presidente da Comissão Especial que analisou o mérito da reforma.

Entre os 69 deputados da bancada do PFL, 31 votaram a favor do governo, 35 contra e três se abstiveram. Além dos pefelistas, os tucanos também ajudaram o governo a aprovar a contribuição previdenciária. Dos 59 deputados do partido, 26 foram favoráveis à taxação, 28 contrários e cinco optaram pela abstenção.

Se por um lado a oposição ajudou a aprova a taxação, 92 deputados de partidos aliados votaram contra. Foram 28 do PMDB, 11 do PTB, 15 do PP, quatro do PL, nove do PSB, todos os 14 do PDT, sete do PC do B e três do PV.
 

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