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07/08/2003
-
20h45
DIMITRI VALLE
da Agência Folha, em Curitiba
Em depoimento à CPI estadual do Banestado, o presidente do Itaú, Roberto Setúbal, disse hoje, em Curitiba, que o banco paranaense foi privatizado por causa de má gestão e do endividamento do Estado com a instituição financeira.
Setúbal não citou nomes dos eventuais responsáveis, mas disse que, ao comprar o banco, em setembro de 2000, encontrou "dificuldades muito maiores" do que aquelas que foram levantadas antes da privatização.
O presidente do Itaú disse que a negociação foi rentável aos cofres do Paraná.
"A privatização foi bastante positiva porque o governo do Estado conseguiu alongar uma dívida que, sem a privatização, ele teria de pagar num prazo menor."
Um dos itens que motivou a criação da CPI estadual foram denúncias de que a privatização, realizada na administração do ex-governador Jaime Lerner (PFL), foi prejudicial ao governo paranaense, que já pagou R$ 1,7 bilhão ao governo federal pelo saneamento das dívidas do Banestado, mas ainda precisa quitar outros R$ 8 bilhões. O Itaú arrematou o Banestado por R$ 1,6 bilhão. A assessoria de Lerner informou que ele está nos Estados Unidos e não foi localizado para falar sobre o assunto.
Setúbal afirmou também que, no segundo semestre do ano passado, o Itaú antecipou ao governo do Paraná a renovação, por mais cinco anos, do contrato de exclusividade de manutenção das contas estaduais em sua carteira de clientes.
Ao assumir o cargo em janeiro, o governador Roberto Requião (PMDB) ingressou no STF (Supremo Tribunal Federal) com uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) para cancelar o acordo. A ação ainda não foi julgada. Requião alega que um banco privado não pode deter o monopólio de contas do poder público.
Setúbal disse que não tinha detalhes da negociação, mas que o pagamento teria chegado a R$ 90 milhões. A CPI deu prazo de cinco dias para Setúbal apresentar o contrato de renovação.
A Agência Folha apurou com integrantes da PGE (Procuradoria Geral do Estado) e da assessoria de Lerner (PFL) que a renovação foi paga por meio de um abatimento de R$ 88 milhões de uma dívida de R$ 547 milhões.
O débito do Estado foi contraído com o Itaú por causa da compra, com recursos do Banestado, de precatórios de Santa Catarina, Pernambuco, Alagoas, Osasco, e Guarulhos na época em que o banco ainda era estatal.
Presidente do Itaú diz à CPI que assumiu Banestado com "dificuldades"
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da Agência Folha, em Curitiba
Em depoimento à CPI estadual do Banestado, o presidente do Itaú, Roberto Setúbal, disse hoje, em Curitiba, que o banco paranaense foi privatizado por causa de má gestão e do endividamento do Estado com a instituição financeira.
Setúbal não citou nomes dos eventuais responsáveis, mas disse que, ao comprar o banco, em setembro de 2000, encontrou "dificuldades muito maiores" do que aquelas que foram levantadas antes da privatização.
O presidente do Itaú disse que a negociação foi rentável aos cofres do Paraná.
"A privatização foi bastante positiva porque o governo do Estado conseguiu alongar uma dívida que, sem a privatização, ele teria de pagar num prazo menor."
Um dos itens que motivou a criação da CPI estadual foram denúncias de que a privatização, realizada na administração do ex-governador Jaime Lerner (PFL), foi prejudicial ao governo paranaense, que já pagou R$ 1,7 bilhão ao governo federal pelo saneamento das dívidas do Banestado, mas ainda precisa quitar outros R$ 8 bilhões. O Itaú arrematou o Banestado por R$ 1,6 bilhão. A assessoria de Lerner informou que ele está nos Estados Unidos e não foi localizado para falar sobre o assunto.
Setúbal afirmou também que, no segundo semestre do ano passado, o Itaú antecipou ao governo do Paraná a renovação, por mais cinco anos, do contrato de exclusividade de manutenção das contas estaduais em sua carteira de clientes.
Ao assumir o cargo em janeiro, o governador Roberto Requião (PMDB) ingressou no STF (Supremo Tribunal Federal) com uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) para cancelar o acordo. A ação ainda não foi julgada. Requião alega que um banco privado não pode deter o monopólio de contas do poder público.
Setúbal disse que não tinha detalhes da negociação, mas que o pagamento teria chegado a R$ 90 milhões. A CPI deu prazo de cinco dias para Setúbal apresentar o contrato de renovação.
A Agência Folha apurou com integrantes da PGE (Procuradoria Geral do Estado) e da assessoria de Lerner (PFL) que a renovação foi paga por meio de um abatimento de R$ 88 milhões de uma dívida de R$ 547 milhões.
O débito do Estado foi contraído com o Itaú por causa da compra, com recursos do Banestado, de precatórios de Santa Catarina, Pernambuco, Alagoas, Osasco, e Guarulhos na época em que o banco ainda era estatal.
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