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12/08/2003
-
18h27
CAMILO TOSCANO
da Folha Online, em Brasília
O governo federal conseguiu hoje costurar o apoio dos senadores do PT ao acordo que acelera a aprovação das reformas da Previdência e tributária. O acordo prevê que o Senado vote o texto da reforma previdenciária como vier da Câmara, e esta aprove o texto da tributária preservando as modificações feitas no Senado.
Pela manhã, o ministro da Casa Civil, José Dirceu, reuniu-se com os senadores petistas --à exceção de Heloísa Helena (AL), excluída das atividades da bancada-- para conseguir compromisso de que não serão obstáculos ao cronograma desenhado pelo governo.
Quase todos os senadores disseram apoiar a idéia, mesmo aqueles que consideram que a reforma da Previdência não é a ideal. Apenas o vice-presidente do Senado, Paulo Paim (PT-RS), disse a Dirceu que não tem como defender bandeiras históricas contra as quais lutou --a cobrança de servidores inativos, por exemplo.
Foi acertado então, de maneira implícita, segundo relato de senadores presentes, que Paim poderia discursar contra a reforma e apresentar destaques ao texto, mas que votará conforme determinar o PT e sua bancada no Senado.
Desta maneira, o governo sai satisfeito com uma aprovação rápida da reforma da Previdência, enquanto Paim marca posição contra o texto, mas mantém-se fiel às determinações do partido.
Chimarrão da paz
Ao final da tarde, Paim encontrou-se também com o ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, com quem tomou o "chimarrão da paz", nas palavras do senador. A iniciativa partiu na reunião com Dirceu.
"Não vim aqui para dobrar o senador [Paim], até porque ele tem uma história de luta", afirmou, após a reunião de cerca de uma hora, um Berzoini conciliador.
Avaliando a reforma como "muito amadurecida" e atribuindo soberania ao Senado para mudar o texto, o ministro foi claro ao explicitar como tem trabalhado o governo. "Esperamos que o Senado aprove o texto sem maiores mudanças ou com mudanças muito pontuais. Se depender do governo, sem nenhuma mudança."
Embora o discurso de Paim ainda fosse contra a taxação de inativos, pelo "aperfeiçoamento no Senado" das regras de transição e pela cobrança de 30% sobre o que exceder R$ 2.400 das pensões (o texto atual prevê 50%), o senador sinalizava com um tom mais ameno. "Não dá para negar que a reforma avançou na Câmara", afirmou.
Paim disse também que uma outra saída para a reforma seria "fatiá-la" --os pontos de consenso no Senado seriam promulgados de imediato, enquanto os demais seriam alterados pelos senadores e retornariam para uma "rápida" votação na Câmara.
Governo consegue apoio dos senadores do PT para acelerar reformas
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da Folha Online, em Brasília
O governo federal conseguiu hoje costurar o apoio dos senadores do PT ao acordo que acelera a aprovação das reformas da Previdência e tributária. O acordo prevê que o Senado vote o texto da reforma previdenciária como vier da Câmara, e esta aprove o texto da tributária preservando as modificações feitas no Senado.
Pela manhã, o ministro da Casa Civil, José Dirceu, reuniu-se com os senadores petistas --à exceção de Heloísa Helena (AL), excluída das atividades da bancada-- para conseguir compromisso de que não serão obstáculos ao cronograma desenhado pelo governo.
Quase todos os senadores disseram apoiar a idéia, mesmo aqueles que consideram que a reforma da Previdência não é a ideal. Apenas o vice-presidente do Senado, Paulo Paim (PT-RS), disse a Dirceu que não tem como defender bandeiras históricas contra as quais lutou --a cobrança de servidores inativos, por exemplo.
Foi acertado então, de maneira implícita, segundo relato de senadores presentes, que Paim poderia discursar contra a reforma e apresentar destaques ao texto, mas que votará conforme determinar o PT e sua bancada no Senado.
Desta maneira, o governo sai satisfeito com uma aprovação rápida da reforma da Previdência, enquanto Paim marca posição contra o texto, mas mantém-se fiel às determinações do partido.
Chimarrão da paz
Ao final da tarde, Paim encontrou-se também com o ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, com quem tomou o "chimarrão da paz", nas palavras do senador. A iniciativa partiu na reunião com Dirceu.
"Não vim aqui para dobrar o senador [Paim], até porque ele tem uma história de luta", afirmou, após a reunião de cerca de uma hora, um Berzoini conciliador.
Avaliando a reforma como "muito amadurecida" e atribuindo soberania ao Senado para mudar o texto, o ministro foi claro ao explicitar como tem trabalhado o governo. "Esperamos que o Senado aprove o texto sem maiores mudanças ou com mudanças muito pontuais. Se depender do governo, sem nenhuma mudança."
Embora o discurso de Paim ainda fosse contra a taxação de inativos, pelo "aperfeiçoamento no Senado" das regras de transição e pela cobrança de 30% sobre o que exceder R$ 2.400 das pensões (o texto atual prevê 50%), o senador sinalizava com um tom mais ameno. "Não dá para negar que a reforma avançou na Câmara", afirmou.
Paim disse também que uma outra saída para a reforma seria "fatiá-la" --os pontos de consenso no Senado seriam promulgados de imediato, enquanto os demais seriam alterados pelos senadores e retornariam para uma "rápida" votação na Câmara.
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