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18/08/2003
-
19h30
JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Londrina
O presidente da UDR (União Democrática Ruralista) Noroeste do Paraná, Marcos Prochet, acusou hoje a prefeita de Ortigueira, Marlene Mattos (PRP, Partido Republicano Progressista), de incentivar invasões em seu município. O juiz do município, Rodrigo Morillos, deu ontem três dias de prazo para os sem-terra deixarem a fazenda Vale do Sol, invadida no último sábado por 400 pessoas.
A fazenda, de propriedade de Kamal El Kadre, 55, virou motivo de polêmica no município, com o presidente da UDR acusando a prefeita Marlene Matttos e seu irmão, o vereador Marcos Mattos (sem partido), de incentivarem as invasões do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Segundo Prochet, o vereador Marcos Mattos está entre os invasores da fazenda e sua irmã forneceria lonas para os sem-terra. "A prefeita incentiva e seu irmão é um dos líderes dos invasores", disse Prochet.
A prefeita não quis comentar as acusações de Prochet e deixou as explicações para seu irmão. Segundo Marcos Mattos, 32, a prefeitura tem prestado serviços e ajudado cinco assentamentos que existem no município, "que foram abandonados pelos governos estadual e federal".
"Uma coisa é auxiliar nos assentamentos, outra coisa é apoiar invasões, e isso não aconteceu", afirmou Marcos. O vereador disse que, particularmente, é contra invasões, mas que o município não pode deixar os já assentados "sem os serviços públicos constitucionais".
Nesta tarde, o juiz Rodrigo Morillos, em seu despacho, estipulou uma multa de R$ 1.000 por dia para o MST, caso o prazo de três dias para deixarem a área não seja atendido. O juiz afirma que existe um conflito entre dois direitos, "a proteção possessória e a proteção às manifestações sociais, retratada na luta pela reforma agrária", ao negar a existência do crime de esbulho possessório (invasão com violência ou grave ameaça ou feita com mais de duas pessoas) na invasão do MST.
Segundo o juiz, é "preciso dar a terra para quem trabalha nela". Ele criticou a morosidade do governo federal "no desenvolvimento de um efetivo programa de reforma agrária". No seu despacho, o juiz afirma ainda que a "atuação global do MST deve ser compreendida como elemento integrativo do Estado democrático de Direito".
UDR acusa prefeita de incentivar invasão no PR
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da Agência Folha, em Londrina
O presidente da UDR (União Democrática Ruralista) Noroeste do Paraná, Marcos Prochet, acusou hoje a prefeita de Ortigueira, Marlene Mattos (PRP, Partido Republicano Progressista), de incentivar invasões em seu município. O juiz do município, Rodrigo Morillos, deu ontem três dias de prazo para os sem-terra deixarem a fazenda Vale do Sol, invadida no último sábado por 400 pessoas.
A fazenda, de propriedade de Kamal El Kadre, 55, virou motivo de polêmica no município, com o presidente da UDR acusando a prefeita Marlene Matttos e seu irmão, o vereador Marcos Mattos (sem partido), de incentivarem as invasões do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Segundo Prochet, o vereador Marcos Mattos está entre os invasores da fazenda e sua irmã forneceria lonas para os sem-terra. "A prefeita incentiva e seu irmão é um dos líderes dos invasores", disse Prochet.
A prefeita não quis comentar as acusações de Prochet e deixou as explicações para seu irmão. Segundo Marcos Mattos, 32, a prefeitura tem prestado serviços e ajudado cinco assentamentos que existem no município, "que foram abandonados pelos governos estadual e federal".
"Uma coisa é auxiliar nos assentamentos, outra coisa é apoiar invasões, e isso não aconteceu", afirmou Marcos. O vereador disse que, particularmente, é contra invasões, mas que o município não pode deixar os já assentados "sem os serviços públicos constitucionais".
Nesta tarde, o juiz Rodrigo Morillos, em seu despacho, estipulou uma multa de R$ 1.000 por dia para o MST, caso o prazo de três dias para deixarem a área não seja atendido. O juiz afirma que existe um conflito entre dois direitos, "a proteção possessória e a proteção às manifestações sociais, retratada na luta pela reforma agrária", ao negar a existência do crime de esbulho possessório (invasão com violência ou grave ameaça ou feita com mais de duas pessoas) na invasão do MST.
Segundo o juiz, é "preciso dar a terra para quem trabalha nela". Ele criticou a morosidade do governo federal "no desenvolvimento de um efetivo programa de reforma agrária". No seu despacho, o juiz afirma ainda que a "atuação global do MST deve ser compreendida como elemento integrativo do Estado democrático de Direito".
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