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20/08/2003 - 05h34

Garotinho faz PMDB virar segunda bancada

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da Folha de S.Paulo

Procurando moderar os ataques ao governo e sem descartar a possibilidade de uma nova candidatura presidencial, o secretário de Segurança do Rio, Anthony Garotinho, tornou-se ontem o mais novo integrante do PMDB. A filiação transformou o partido na segunda maior bancada da Câmara, com 78 deputados (veja gráfico abaixo).

Na prática, serão 77 deputados, pois um dos novos filiados, Luiz Rogério Mainardes, está licenciado e ocupa uma das secretarias de Estado do Rio.

Garotinho filiou à sigla a governadora do Rio, Rosinha Matheus, o vice-governador, Luiz Paulo Conde, e 12 deputados federais, dos quais 10 do PSB, sua antiga legenda. O secretário de Segurança do Rio também filiou ao PSC outros cinco deputados, que não puderam ir para o PMDB por questões regionais.

As duas siglas planejam formar um só bloco, com 84 deputados -o PSC tem uma cadeira. O PT, dono da maior bancada, tem 93 deputados, mas três deles devem ser expulsos.

Dos 17 deputados remanejados, 13 são do PSB, partido que tem um ministério (Roberto Amaral, de Ciência e Tecnologia), mas perde força na coalizão governista ao definhar para 16 deputados.

"Já sabíamos das consequências. A nossa estratégia é construir um partido e não uma legenda para entregar a aventura eleitoral de quem quer que seja", disse o líder do PSB na Câmara, Eduardo Campos (PE).

A compensação pode se dar com a filiação do ministro Miro Teixeira (Comunicações) e do grupo estimado em oito deputados do PDT que o seguiriam. Além do PSB, Garotinho atraiu congressistas do PTB (2), do PFL e do PP, o ex-PPB.

Garotinho e sua mulher Rosinha foram saudados como os mais novos "generais" do PMDB. Rosinha ainda disfarçou: disse que entrava como "soldado" do partido, mas Garotinho elogiou a heterogeneidade da sigla, que lhe deu carta branca para criticar o governo federal. E classificou o PSB como um partido "autoritário", do qual não teria saído -"fui saído", disse.

O secretário atacou o sistema partidário dizendo que trocava de partido, mas não "trocava de lado", e fez um prognóstico: com a reforma política, "vão sobrar poucos partidos, só os muito estruturados como o PMDB".

Coadjuvante em uma festa na qual o centro das atenções era Garotinho, Rosinha limitou-se a dizer que a filiação consolidava nacionalmente uma aliança que já ocorria no Rio, a declarar-se "soldado" e, por fim, a dar uma rosa vermelha para o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), que ficou ruborizado.

Mais de 50 pessoas participaram da festa, que teve de ser transferida da acanhada acomodação da presidência do PMDB para o espaço cultural da Câmara. O empurra-empurra e o forte calor levaram Rosinha a passar mal por causa de uma queda de pressão.

Até a véspera, o Planalto tentou impedir a entrada de Garotinho no PMDB, sem sucesso. Segundo Temer, as filiações de ontem serviram para "estreitar" as relações do partido com o governo.

Na véspera, os líderes Renan Calheiros (AL) e Eunício Oliveira (CE) estiveram com José Dirceu. Saíram com a promessa da liberação, pelo menos, dos cargos de segundo escalão e de emendas ao Orçamento prometidas e até agora não cumpridas.

 

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