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28/08/2003
-
18h42
da Folha Online
O grupo Confeiteiros Sem Fronteiras, que se autodenomina "uma organização política e recreativa" voltou a agir hoje no Rio. Desta vez, o alvo foi o embaixador norte-americano Peter Allgeier.
Allgeier, que participava de uma discussão sobre a Alca (Acordo de Livre Comércio entre as Américas), foi surpreendido por uma rapaz que se aproximou e lhe atirou uma torta no rosto.
Depois o episódio, os Confeiteiros divulgaram uma nota justificando o ato. Na nota, o grupo protesta contra a presença do embaixadores Adhemar Bahadian e Peter Allgeier, além de todos os representantes dos governos que negociam a Alca. "!Que se vayan todos!", diz o comunicado.
O grupo ficou famoso no final de janeiro, quando um dos seus membros jogou uma torta no rosto do presidente do PT, José Genoino, em Porto Alegre (RS), durante o Fórum Social de Porto Alegre.
A tortada em Genoino foi um protesto contra a ida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Fórum Econômico de Davos (Suíca).
Veja a seguir a íntegra da nota:
"Hoje, representantes dos governos dos países da América vieram ao Rio discutir a Alca. A Alca é um acordo de livre comércio que, como o Nafta, trará aos povos do continente a perda dos direitos que protegem o trabalho, o meio ambiente e o consumidor. Ele trará também a concentração das riquezas e o empobrecimento dos trabalhadores.
Há anos os povos da América discutem e combatem a Alca em lugares tão diferentes como Québec, Quito ou São Paulo. No Brasil, há cerca de um ano, mais de dez milhões de pessoas disseram não ao acordo num grande plebiscito.
O partido que agora está no poder chegou a participar desse plebiscito mas o abandonou temendo ser obrigado a cumprir os desígnios do povo.
O atual governo não apenas tampou os ouvidos para o que as pessoas disseram como argumentou que o processo de integração e desregulamentação da economia é inevitável.
Não podemos aceitar esses argumentos que dizem que a liberalização é inevitável. Todos os processos sociais são obras do homem e, por isso, a mudança sempre está ao nosso alcance. É esse poder que os governos não querem que saibamos e que precisamos nos lembrar o tempo todo.
Um outro mundo não é apenas possível, ele está a caminho. Ele ganha força nas ruas de Seattle, nos municípios zapatistas e nos bairros portenhos. Cedo ou tarde ele vai vencer.
No espírito de Groucho, Harpo, Chico e Zeepo, saudamos os embaixadores Adhemar Bahadian, Peter Allgeier e todos os representantes dos governos que negociam a Alca. !Que se vayan todos!"
A nota é assinada pela seção Rio do grupo Confeiteiros Sem Fronteiras.
Embaixador dos EUA leva tortada de Confeiteiros Sem Fronteiras
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O grupo Confeiteiros Sem Fronteiras, que se autodenomina "uma organização política e recreativa" voltou a agir hoje no Rio. Desta vez, o alvo foi o embaixador norte-americano Peter Allgeier.
Allgeier, que participava de uma discussão sobre a Alca (Acordo de Livre Comércio entre as Américas), foi surpreendido por uma rapaz que se aproximou e lhe atirou uma torta no rosto.
Depois o episódio, os Confeiteiros divulgaram uma nota justificando o ato. Na nota, o grupo protesta contra a presença do embaixadores Adhemar Bahadian e Peter Allgeier, além de todos os representantes dos governos que negociam a Alca. "!Que se vayan todos!", diz o comunicado.
O grupo ficou famoso no final de janeiro, quando um dos seus membros jogou uma torta no rosto do presidente do PT, José Genoino, em Porto Alegre (RS), durante o Fórum Social de Porto Alegre.
A tortada em Genoino foi um protesto contra a ida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Fórum Econômico de Davos (Suíca).
Veja a seguir a íntegra da nota:
"Hoje, representantes dos governos dos países da América vieram ao Rio discutir a Alca. A Alca é um acordo de livre comércio que, como o Nafta, trará aos povos do continente a perda dos direitos que protegem o trabalho, o meio ambiente e o consumidor. Ele trará também a concentração das riquezas e o empobrecimento dos trabalhadores.
Há anos os povos da América discutem e combatem a Alca em lugares tão diferentes como Québec, Quito ou São Paulo. No Brasil, há cerca de um ano, mais de dez milhões de pessoas disseram não ao acordo num grande plebiscito.
O partido que agora está no poder chegou a participar desse plebiscito mas o abandonou temendo ser obrigado a cumprir os desígnios do povo.
O atual governo não apenas tampou os ouvidos para o que as pessoas disseram como argumentou que o processo de integração e desregulamentação da economia é inevitável.
Não podemos aceitar esses argumentos que dizem que a liberalização é inevitável. Todos os processos sociais são obras do homem e, por isso, a mudança sempre está ao nosso alcance. É esse poder que os governos não querem que saibamos e que precisamos nos lembrar o tempo todo.
Um outro mundo não é apenas possível, ele está a caminho. Ele ganha força nas ruas de Seattle, nos municípios zapatistas e nos bairros portenhos. Cedo ou tarde ele vai vencer.
No espírito de Groucho, Harpo, Chico e Zeepo, saudamos os embaixadores Adhemar Bahadian, Peter Allgeier e todos os representantes dos governos que negociam a Alca. !Que se vayan todos!"
A nota é assinada pela seção Rio do grupo Confeiteiros Sem Fronteiras.
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