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02/09/2003 - 07h52

Jobim critica as declarações de Corrêa contra Lula

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim criticou ontem a entrevista do presidente do tribunal, Maurício Corrêa, à revista "Veja" e disse que os ataques do colega ao governo Luiz Inácio Lula da Silva são "opiniões pessoais". Jobim defendeu o presidente da República, que preferiu não responder às críticas de Corrêa.

"Divirjo de forma absoluta das opiniões dele sobre o governo Lula. O presidente está conduzindo com responsabilidade e competência a coisa pública. Isso se reflete nas pesquisas de opinião."

Pesquisa do Datafolha publicada anteontem pela Folha revelou que, oito meses após a posse, 45% das pessoas consideram o governo Lula ótimo ou bom. Esse percentual era de 42% em junho.

Jobim negou que as críticas de Corrêa possam provocar uma crise institucional entre o Executivo e o Judiciário. "Não há crise entre Poderes. O conteúdo da entrevista são opiniões pessoais, não da corte [STF] ou da instituição [Justiça]", afirmou.

A Folha tentou ouvir outros ministros do Supremo sobre a entrevista do presidente do STF, mas alguns se recusaram a comentar e outros não foram encontrados.

Na condição de presidente do STF, Corrêa é o principal representante do Poder Judiciário. Há um mês, ele negociou com o governo e com os líderes da base aliada mudanças na proposta de reforma da Previdência que beneficiassem os juízes para evitar que eles fizessem greve.

Na entrevista à "Veja", ele disse que Lula viaja para o exterior mais do que o seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, e que "comete certos impropérios", que depois precisariam ser corrigidos pelo ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Também afirmou que a concentração do poder de contratar assessores nas mãos de Dirceu representa "certa reminiscência "concentratória" do tipo stalinista". De acordo com Corrêa, Dirceu e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, estariam atuando como "czares", e Lula oscilaria entre os dois.

Apesar de ter ficado contrariado com as declarações de Corrêa e de tê-lo criticado nos bastidores, Lula evitou responder ontem aos ataques do presidente do STF. Auxiliares aconselharam o presidente a evitar polêmica com Corrêa. Na avaliação de Lula e sua equipe, Corrêa estaria retaliando o governo por ter ficado, na reforma da Previdência, com a imagem de defender privilégios para magistratura.
 

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