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04/09/2003
-
05h36
JULIA DUAILIBI
da Folha de S.Paulo
A guerra deles é outra, mas isso não impediu que os servidores públicos aproveitassem uma idéia do governo norte-americano utilizada no Iraque para marcar território na batalha contra a reforma da Previdência: elaboraram um baralho que é ilustrado com rostos de parlamentares considerados "traidores" pelo funcionalismo.
No lugar das fotos dos iraquianos mais procurados pelos EUA, as caras de ministros e parlamentares, principalmente petistas, que votaram a favor da PEC-40. "Esses senhores apoiaram a reforma da Previdência" está escrito no verso das cartas elaboradas por um sindicado de servidores de São Paulo, cujos dirigentes pediram que fossem mantidos no anonimato.
Lançado em abril pelos norte-americanos, que distribuíram os baralhos entre os seus soldados a fim de ajudá-los a identificar os inimigos, a idéia já foi copiada por palestinos e colombianos.
Os ases, cartas nobres do baralho, ficaram com o chamado núcleo duro do PT. No lugar de Saddam Hussein, ás de espadas no baralho dos EUA, está o ministro Ricardo Berzoini (Previdência). Os ases de copas e paus, ilustrados nas cartas dos norte-americanos pelos filhos de Saddam, Uday e Qusay, ficaram com o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) e José Genoino, presidente do PT, respectivamente. Homem forte do governo, o ministro José Dirceu (Casa Civil) é o ás de ouros, carta do secretário presidencial de Saddam, Abid Hamid Mahmud al Tikriti.
Dezenove petistas estão no baralho, mas o rosto do deputado Professor Luizinho (SP), um dos principais nomes da tropa de choque governista, é único que aparece em mais de uma carta: ilustra todas as quatro damas.
No naipe de copas, estão o líder do PT na Câmara, Nelson Pellegrino (BA), como valete, e o ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo), o rei. Outro rei, de espadas, é o relator da reforma da Previdência na Câmara, José Pimentel (CE).
A brincadeira não ficou restrita aos petistas. Depois deles, os pefelistas são os que ocupam a maior parte das cartas, seguidos por deputados do PMDB, do PSB, do PSDB e do PTB.
ACM Neto (PFL-BA), que mobilizou o PFL baiano para aprovar a reforma, é o valete de espadas. O ex-ministro da Previdência deputado Roberto Brant (PFL-MG), que foi presidente da comissão especial por onde passou o reforma, é o rei de ouros.
Há ainda no baralho dois curingas, representados por Pinóquio e por Joseph Stálin (líder soviético conhecido por ter eliminado seus adversários políticos). O sindicato de servidores mandou produzir mais de mil baralhos, cada um com as 54 cartas. Eles serão distribuídos em Brasília, onde deve ocorrer hoje um campeonato de truco no Espaço do Servidor, na Câmara dos Deputados.
Os servidores já preparam um baralho com a cara dos senadores que votarem a favor da reforma (a proposta agora terá de ser votada no Senado). Entre outros pontos, a categoria quer a derrubada da cobrança dos inativos e regras mais claras de transição.
Especial
Saiba mais sobre as reformas Constitucionais
Servidores criam baralho com "inimigos"
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da Folha de S.Paulo
A guerra deles é outra, mas isso não impediu que os servidores públicos aproveitassem uma idéia do governo norte-americano utilizada no Iraque para marcar território na batalha contra a reforma da Previdência: elaboraram um baralho que é ilustrado com rostos de parlamentares considerados "traidores" pelo funcionalismo.
No lugar das fotos dos iraquianos mais procurados pelos EUA, as caras de ministros e parlamentares, principalmente petistas, que votaram a favor da PEC-40. "Esses senhores apoiaram a reforma da Previdência" está escrito no verso das cartas elaboradas por um sindicado de servidores de São Paulo, cujos dirigentes pediram que fossem mantidos no anonimato.
Lançado em abril pelos norte-americanos, que distribuíram os baralhos entre os seus soldados a fim de ajudá-los a identificar os inimigos, a idéia já foi copiada por palestinos e colombianos.
Os ases, cartas nobres do baralho, ficaram com o chamado núcleo duro do PT. No lugar de Saddam Hussein, ás de espadas no baralho dos EUA, está o ministro Ricardo Berzoini (Previdência). Os ases de copas e paus, ilustrados nas cartas dos norte-americanos pelos filhos de Saddam, Uday e Qusay, ficaram com o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) e José Genoino, presidente do PT, respectivamente. Homem forte do governo, o ministro José Dirceu (Casa Civil) é o ás de ouros, carta do secretário presidencial de Saddam, Abid Hamid Mahmud al Tikriti.
Dezenove petistas estão no baralho, mas o rosto do deputado Professor Luizinho (SP), um dos principais nomes da tropa de choque governista, é único que aparece em mais de uma carta: ilustra todas as quatro damas.
No naipe de copas, estão o líder do PT na Câmara, Nelson Pellegrino (BA), como valete, e o ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo), o rei. Outro rei, de espadas, é o relator da reforma da Previdência na Câmara, José Pimentel (CE).
A brincadeira não ficou restrita aos petistas. Depois deles, os pefelistas são os que ocupam a maior parte das cartas, seguidos por deputados do PMDB, do PSB, do PSDB e do PTB.
ACM Neto (PFL-BA), que mobilizou o PFL baiano para aprovar a reforma, é o valete de espadas. O ex-ministro da Previdência deputado Roberto Brant (PFL-MG), que foi presidente da comissão especial por onde passou o reforma, é o rei de ouros.
Há ainda no baralho dois curingas, representados por Pinóquio e por Joseph Stálin (líder soviético conhecido por ter eliminado seus adversários políticos). O sindicato de servidores mandou produzir mais de mil baralhos, cada um com as 54 cartas. Eles serão distribuídos em Brasília, onde deve ocorrer hoje um campeonato de truco no Espaço do Servidor, na Câmara dos Deputados.
Os servidores já preparam um baralho com a cara dos senadores que votarem a favor da reforma (a proposta agora terá de ser votada no Senado). Entre outros pontos, a categoria quer a derrubada da cobrança dos inativos e regras mais claras de transição.
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