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05/09/2003
-
06h45
OTÁVIO CABRAL
RAYMUNDO COSTA
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Um dia após ter recebido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a promessa de receber dois ministérios, o PMDB votou em peso a favor da reforma tributária e livrou o governo da dependência dos votos do PSDB e do PFL para aprovar a proposta, como ocorrera na votação da previdenciária.
Dos 77 deputados do PMDB, 70 votaram a favor do governo na madrugada de ontem e quatro não compareceram para votar. Só Geddel Vieira Lima (BA), Alberto Fraga (DF) e João Corrêa (AC) votaram contra o projeto.
A fidelidade do PMDB surpreendeu o Planalto, que imaginava ter 60 votos da sigla. Nos oito anos de governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), quando fez parte da base e ocupou ministérios importantes, o partido nunca votou tão unido.
Na reforma previdenciária, o PMDB deu 53 votos ao governo. Na época, a bancada tinha 68 deputados, pois não havia recebido o grupo da governadora Rosinha Matheus (RJ). Desta vez, votaram com o governo até mesmo antigos adversários do PT, como os ex-auxiliares de FHC Moreira Franco (RJ) e Eliseu Padilha (RS).
Além de acenar com dois ministérios, o governo prometeu aos peemedebistas a nomeação de cargos de segundo e terceiro escalões e a liberação de verbas para atender emendas de deputados.
Na tarde de anteontem, o ex-deputado Marcelo Barbieri, assessor da Casa Civil, esteve em um almoço de parlamentares do PMDB, na casa do senador Ney Suassuna (PB), e prometeu a liberação de emendas.
Na Câmara, antes da votação, líderes governistas fizeram a mesma promessa, com o aval de Lula e dos ministros José Dirceu (Casa Civil) e Antonio Palocci Filho (Fazenda). Após a vitória, Dirceu e Palocci telefonaram para o líder do PMDB na Câmara, Eunício Oliveira (CE), para agradecer o empenho do líder e a surpreendente votação do partido.
Governadores
Além dos atrativos oferecidos pelo governo, a bancada do PMDB sofreu pressão de governadores para votar pela reforma. Rosinha Matheus (RJ) ficou em Brasília desde a manhã de anteontem. Reuniu-se com Palocci e Dirceu, teve seus pleitos atendidos e foi à Câmara orientar os 12 deputados do PMDB-RJ a apoiarem o governo, inclusive Moreira Franco: "Ela ganhou o meu voto".
Rosinha argumentou que não conseguia falar com Palocci nem por telefone quando estava no PSB. Desde que entrou no PMDB já teve três reuniões no gabinete do ministro da Fazenda. Por isso, argumentava, o partido não poderia deixar de lado essa deferência e deveria votar com o governo.
Luiz Henrique da Silveira (SC), de Florianópolis, também convenceu seus deputados a apoiarem o governo e garantiu quatro votos do PMDB catarinense.
Germano Rigotto (RS), que se opôs ao governo na reforma previdenciária, iniciou a quarta-feira contrário à proposta tributária, mas, durante as negociações, mudou de lado e liberou os seis peemedebistas gaúchos, inclusive Eliseu Padilha, a votarem com o governo. Presidente do PMDB gaúcho, Cézar Schirmer brincou: "Já mudei de voto nove vezes".
Outros governadores do partido criticaram o projeto, mas não tiveram força para convencer a bancada. Roberto Requião (PR) não conseguiu ter sua principal reivindicação atendida: a cobrança do ICMS da energia pelo Estado produtor. Condenou a proposta, mas os oito deputados do PMDB do Paraná votaram a favor. Jarbas Vasconcelos (PE) também se opôs, mas liberou seu afilhado Cadoca a votar a favor.
PMDB "liberta" Planalto do PFL e do PSDB
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RAYMUNDO COSTA
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Um dia após ter recebido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a promessa de receber dois ministérios, o PMDB votou em peso a favor da reforma tributária e livrou o governo da dependência dos votos do PSDB e do PFL para aprovar a proposta, como ocorrera na votação da previdenciária.
Dos 77 deputados do PMDB, 70 votaram a favor do governo na madrugada de ontem e quatro não compareceram para votar. Só Geddel Vieira Lima (BA), Alberto Fraga (DF) e João Corrêa (AC) votaram contra o projeto.
A fidelidade do PMDB surpreendeu o Planalto, que imaginava ter 60 votos da sigla. Nos oito anos de governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), quando fez parte da base e ocupou ministérios importantes, o partido nunca votou tão unido.
Na reforma previdenciária, o PMDB deu 53 votos ao governo. Na época, a bancada tinha 68 deputados, pois não havia recebido o grupo da governadora Rosinha Matheus (RJ). Desta vez, votaram com o governo até mesmo antigos adversários do PT, como os ex-auxiliares de FHC Moreira Franco (RJ) e Eliseu Padilha (RS).
Além de acenar com dois ministérios, o governo prometeu aos peemedebistas a nomeação de cargos de segundo e terceiro escalões e a liberação de verbas para atender emendas de deputados.
Na tarde de anteontem, o ex-deputado Marcelo Barbieri, assessor da Casa Civil, esteve em um almoço de parlamentares do PMDB, na casa do senador Ney Suassuna (PB), e prometeu a liberação de emendas.
Na Câmara, antes da votação, líderes governistas fizeram a mesma promessa, com o aval de Lula e dos ministros José Dirceu (Casa Civil) e Antonio Palocci Filho (Fazenda). Após a vitória, Dirceu e Palocci telefonaram para o líder do PMDB na Câmara, Eunício Oliveira (CE), para agradecer o empenho do líder e a surpreendente votação do partido.
Governadores
Além dos atrativos oferecidos pelo governo, a bancada do PMDB sofreu pressão de governadores para votar pela reforma. Rosinha Matheus (RJ) ficou em Brasília desde a manhã de anteontem. Reuniu-se com Palocci e Dirceu, teve seus pleitos atendidos e foi à Câmara orientar os 12 deputados do PMDB-RJ a apoiarem o governo, inclusive Moreira Franco: "Ela ganhou o meu voto".
Rosinha argumentou que não conseguia falar com Palocci nem por telefone quando estava no PSB. Desde que entrou no PMDB já teve três reuniões no gabinete do ministro da Fazenda. Por isso, argumentava, o partido não poderia deixar de lado essa deferência e deveria votar com o governo.
Luiz Henrique da Silveira (SC), de Florianópolis, também convenceu seus deputados a apoiarem o governo e garantiu quatro votos do PMDB catarinense.
Germano Rigotto (RS), que se opôs ao governo na reforma previdenciária, iniciou a quarta-feira contrário à proposta tributária, mas, durante as negociações, mudou de lado e liberou os seis peemedebistas gaúchos, inclusive Eliseu Padilha, a votarem com o governo. Presidente do PMDB gaúcho, Cézar Schirmer brincou: "Já mudei de voto nove vezes".
Outros governadores do partido criticaram o projeto, mas não tiveram força para convencer a bancada. Roberto Requião (PR) não conseguiu ter sua principal reivindicação atendida: a cobrança do ICMS da energia pelo Estado produtor. Condenou a proposta, mas os oito deputados do PMDB do Paraná votaram a favor. Jarbas Vasconcelos (PE) também se opôs, mas liberou seu afilhado Cadoca a votar a favor.
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