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17/09/2003
-
20h44
THIAGO GUIMARÃES
da Agência Folha, em Buritis
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) do noroeste mineiro recusou hoje a oferta, em regime de comodato, de uma fazenda de 247 hectares cedida pelo defensor público Luiz Guilherme de Salles Miers, de Belo Horizonte.
A recusa do movimento foi durante audiência, em Buritis (a 722 km de Belo Horizonte), da Vara de Conflitos Agrários de Minas Gerais, convocada por conta do crescimento da tensão social na região. Na última semana, o MST invadiu duas fazendas e as duas agências bancárias da cidade.
A oferta foi, na verdade, uma "carta na manga" do juiz da Vara de Conflitos Agrários, Cássio Salomé, que a apresentou somente após o esgotamento das propostas de acordo feitas ontem para fazendeiros e sem-terra.
A fazenda seria cedida aos sem-terra durante o período de uma safra, enquanto o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) buscasse áreas para o assentamento das 1.200 famílias cadastradas pela autarquia em Buritis. Hoje, a reportagem não conseguiu localizar o defensor público em Belo Horizonte.
Para o MST, a fazenda é longe da sede do município (cerca de 20 km), não tem boas condições para plantio e não é passível de reforma agrária, por ser pequena.
Jorge Xavier, um dos líderes do MST na região, afirmou durante a audiência que o projeto do movimento é criar um "cinturão verde" no entorno de Buritis, valendo-se para isso de terras de fazendeiros nos arredores da cidade. "Se nós tivermos força, vamos ocupar todas essas áreas de Buritis", disse anteontem Luciano Monteiro, outra liderança do MST na região.
Impasse
A audiência de hoje, que contou com a presença de representantes do Incra e da ouvidora agrária nacional substituta, Maria de Oliveira, terminou sem acordo. O juiz tentou, sem sucesso, convencer os donos das duas fazendas invadidas a cederem, em comodato, 200 hectares aos sem-terra, para plantio de uma safra.
Como não houve acerto, o juiz decidiu em caráter liminar pela reintegração de posse da fazenda Buritis, invadida ontem.
Durante a audiência, o coordenador geral do Incra, Carlos Valadares, notificou também os donos da fazenda Palmeiras, área de 736 ha invadida há uma semana, sobre a vistoria que o órgão fará na propriedade em outubro. Mas o proprietário disse que só aceitará a vistoria após a desocupação.
Sem-terra recusam oferta de área provisória em Buritis
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da Agência Folha, em Buritis
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) do noroeste mineiro recusou hoje a oferta, em regime de comodato, de uma fazenda de 247 hectares cedida pelo defensor público Luiz Guilherme de Salles Miers, de Belo Horizonte.
A recusa do movimento foi durante audiência, em Buritis (a 722 km de Belo Horizonte), da Vara de Conflitos Agrários de Minas Gerais, convocada por conta do crescimento da tensão social na região. Na última semana, o MST invadiu duas fazendas e as duas agências bancárias da cidade.
A oferta foi, na verdade, uma "carta na manga" do juiz da Vara de Conflitos Agrários, Cássio Salomé, que a apresentou somente após o esgotamento das propostas de acordo feitas ontem para fazendeiros e sem-terra.
A fazenda seria cedida aos sem-terra durante o período de uma safra, enquanto o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) buscasse áreas para o assentamento das 1.200 famílias cadastradas pela autarquia em Buritis. Hoje, a reportagem não conseguiu localizar o defensor público em Belo Horizonte.
Para o MST, a fazenda é longe da sede do município (cerca de 20 km), não tem boas condições para plantio e não é passível de reforma agrária, por ser pequena.
Jorge Xavier, um dos líderes do MST na região, afirmou durante a audiência que o projeto do movimento é criar um "cinturão verde" no entorno de Buritis, valendo-se para isso de terras de fazendeiros nos arredores da cidade. "Se nós tivermos força, vamos ocupar todas essas áreas de Buritis", disse anteontem Luciano Monteiro, outra liderança do MST na região.
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A audiência de hoje, que contou com a presença de representantes do Incra e da ouvidora agrária nacional substituta, Maria de Oliveira, terminou sem acordo. O juiz tentou, sem sucesso, convencer os donos das duas fazendas invadidas a cederem, em comodato, 200 hectares aos sem-terra, para plantio de uma safra.
Como não houve acerto, o juiz decidiu em caráter liminar pela reintegração de posse da fazenda Buritis, invadida ontem.
Durante a audiência, o coordenador geral do Incra, Carlos Valadares, notificou também os donos da fazenda Palmeiras, área de 736 ha invadida há uma semana, sobre a vistoria que o órgão fará na propriedade em outubro. Mas o proprietário disse que só aceitará a vistoria após a desocupação.
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