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02/10/2003 - 03h17

EUA querem trocar Hrinak por "político"

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ANDRÉ SOLIANI
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A saída antecipada da embaixadora norte-americana no Brasil, Donna Hrinak, 52, não foi um opção pessoal, e sim uma decisão da Casa Branca. Hrinak, que deveria ficar no país até o início de 2005, deve deixar o posto em março do ano que vem.

A Casa Branca informou Hrinak que ela deixaria o posto há cerca de três meses. Para justificar, os EUA apresentaram um cálculo um tanto heterodoxo do tempo de permanência da embaixadora no país, a primeira mulher a ocupar o cargo.

A praxe nos EUA é que seus embaixadores fiquem por três anos em cada posto. Hrinak chegou ao Brasil em abril de 2002. Portanto, deveria ficar até abril de 2005. A Casa Branca, porém, avisou que seu tempo no Brasil começou a ser contado desde a saída de seu antecessor, Anthony Harrington, em março de 2001.

Depois da saída de Harrington, indicado pelo então presidente Bill Clinton, o Brasil ficou sem embaixador dos EUA até a chegada de Hrinak --mais de um ano. Ela foi indicada para o cargo pelo presidente George W. Bush em meados de 2001, mas só assumiu alguns meses depois.

Com a conta heterodoxa, de fato, Hrinak ocuparia seu cargo por três anos em 2004. Sua estadia no país, porém, será de cerca de dois.

Hrinak goza da simpatia do governo brasileiro e de políticos do PT. Sua passagem pelo Brasil está sendo marcada por posições consideradas ponderadas e pela tentativa de criar uma agenda positiva entre Bush e Lula. A embaixadora já anunciou que se aposentará da carreira, que exerce há 30 anos, depois que deixar Brasília.

Ao contrário da embaixadora, que faz parte do corpo diplomático dos EUA, seu sucessor será uma indicação política. Ainda é cedo para saber se será vantagem ou não para o Brasil a mudança.

Fontes diplomáticas dizem que embaixadores políticos só são vantagem quando têm acesso direto ao presidente. O nome do sucessor de Hrinak já estaria escolhido, mas não foi divulgado.

Historicamente, 40% das embaixadas americanas são ocupadas por indicações políticas. Harrington, por exemplo, era da cota pessoal de Clinton.

Tradicionalmente, o Reino Unido e a França, dois países essenciais para as relações externas dos EUA, recebem embaixadores políticos. As indicações pessoais do presidente, porém, podem servir para pagar dívidas a aliados ou para favorecer amigos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, enviou para Roma o ex-presidente Itamar Franco, seu aliado na campanha.

Mudanças

A volta de Hrinak para os EUA coincidirá com a saída do embaixador brasileiro em Washington, Rubens Barbosa, indicado por Fernando Henrique Cardoso.

Estão cotados para a vaga o embaixador em Viena, Roberto Abdenur, e o chefe da delegação brasileira na Aladi (Associação Latino-americana de Integração), Bernardo Pericás Neto. A saída de Barbosa deve estimular outras mudanças. Especula-se que o secretário-geral, Samuel Pinheiro Guimarães, substituirá o embaixador em Buenos Aires, José Botafogo. Para o lugar de Guimarães iria ou Abdenur ou Pericás.
 

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