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02/10/2003 - 20h30

Professora que denunciou fraude é afastada no CE

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KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza

Depois de ter acusado o prefeito de Santana do Acaraú (CE), José Aldenir Farias (PSDB), de fraudar o número de alunos do município para receber mais verbas federais, a professora Rejane Célis Sabino foi afastada das aulas e passou a responder a um processo administrativo. Ela está sendo acusada de ter rasurado o diário de classe para mentir contra o prefeito.

A acusação feita pela professora foi publicada na Folha no último dia 14 de setembro. Ao todo, são mais de 30 acusações contra a gestão de Farias, que foi alvo da inspeção da Controladoria Geral da União e que está sob investigação do Ministério Público.

Rejane foi uma das professoras que, em depoimento à Câmara Municipal, afirmaram ter sido orientadas a dar presença e nota para todos os alunos matriculados, inclusive os que nunca apareciam. A própria Secretaria de Educação do Estado, após as denúncias, verificou que havia 1.427 alunos fantasmas na rede de ensino de Santana do Acaraú (224 km de Fortaleza).

Os nomes dos alunos fantasmas faziam parte de arquivos antigos da Secretaria de Educação do município, que os incluiu nos arquivos atuais para arrancar mais verbas do Fundef.

Na sala de aula de Rejane, uma turma da primeira série do ensino fundamental do grupo escolar Francisco Ferreira Braz, dos 24 alunos matriculados, seis nunca apareceram. Entre eles Maria de Fátima Braz, que morreu em 1993, aos 9 anos de idade, quando cursava a segunda série.

A mãe de Maria de Fátima, a merendeira da escola Maria do Carmo Braz, confirmou a denúncia à reportagem, que encontrou inclusive, perto da escola, outro aluno fantasma que constava na lista de presença de Rejane, o agricultor Expedito Ferreira Braz, 30, que na verdade está na quarta série do curso para adultos.

Ao questionar o prefeito sobre as acusações, Farias primeiro acusou os opositores de "perseguição". Depois, um grupo de apoiadores do prefeito chegou a empurrar a reportagem da Folha e fazer ameaças de agressão. Há denúncias de superfaturamento de obras e de desvio de verbas do ICMS, entre outras acusações.
 

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