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03/10/2003 - 07h45

Governo retoma licitação suspensa para compra de 12 aviões militares

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

A FAB (Força Aérea Brasileira) vai receber até o dia 10 as propostas revisadas pelos cinco consórcios que disputam uma concorrência para a compra de 12 caças de interceptação supersônica. Eles vão substituir a atual frota de Mirage IIIEBR, que, obsoleta, não terá condições de voar após 2005.

O negócio, avaliado em US$ 700 milhões, havia sido paralisado no começo do ano sob a alegação de que o combate à fome era prioritário para o governo. O argumento provou-se sem sentido, uma vez que a compra não envolve desembolso direto, mas financiamentos de longo prazo.

O Comando da Aeronáutica convocou ontem as cinco empresas concorrentes para uma reunião de 20 minutos. Elas ficaram de reapresentar as propostas, podendo oferecer novas vantagens.

O ministro José Viegas (Defesa) disse que a decisão final está prevista para o próximo semestre.

Os concorrentes são os consórcios Dassault-Embraer (franco-brasileiro, com o jato Mirage 2000BR), Rosoboronexport-Avibrás (russo-brasileiro, com o Sukhoi-35), Saab-BAe (anglo-sueco, com o Gripen), Lockheed-VEM (americano-brasileiro, com o F-16) e RAC (russo, com o MiG-29).

Critérios

Na seleção anterior, que havia começado em 2001, os favoritos por critérios técnicos eram o Sukhoi e o Mirage.

O Gripen foi bem cotado pelo pacote de compensações, mas militares levantaram dúvidas sobre sua capacidade técnica --tem limitações de autonomia e dependência de material americano.

O mesmo motivo, medo de vetos tecnológicos norte-americanos, tirou o F-16 da lista dos favoritos. O MiG está praticamente descartado por ser muito antigo e não ter um suporte técnico considerado confiável.

Do ponto de vista político, há a nova orientação independentista da política externa, que dá pontos ao moderno russo Sukhoi.

Durante a campanha eleitoral, a Embraer se aproximou muito de Lula, e vários petistas defenderam abertamente o avião francês.

Isso porque a Dassault, que, além de parceira, é dona de parte da Embraer, promete montar o avião no Brasil. O argumento não convence especialistas, simplesmente porque ninguém faz uma fábrica para montar só 12 aviões.

Uma palavra mágica do negócio é transferência tecnológica, ou seja, a capacitação da FAB para operar totalmente os sistemas de armas dos aviões.

Outra chave é a compensação comercial ("offset"), mecanismo pelo qual os valores a serem pagos pelo país na compra das aeronaves são reinvestidos pela empresa na transferência de tecnologia e em projetos no Brasil.
 

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