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03/10/2003
-
21h30
HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) tem um representante no Fome Zero que coordena reuniões onde são escolhidos os educadores do programa nos Estados. Chamados de talheres estaduais, essas pessoas são formadas para orientar os agentes de segurança alimentar que, como estabeleceu o governo federal, vão acompanhar as famílias beneficiadas.
Em Campo Grande (MS), Rogério Augusto Silva, 46, do Coletivo Nacional de Formação do MST, coordenou uma reunião do Fome Zero ontem. O encontro tinha pelo menos 25 representantes de entidades, incluindo do MST.
Antes de montar os grupos de discussões sobre o programa, ele cantou acompanhado de violão a música "Ordem e Progresso", do compositor Zé Pinto, ligado ao movimento sem-terra.
A letra da música diz: "A ordem é ninguém passar fome. Progresso é o povo feliz. A reforma agrária é a volta do agricultor à raiz". A composição tida como a mais conhecida entre os sem-terra está no CD "Arte em Movimento", lançado pelo MST.
À Agência Folha, Silva disse que coordenou recentemente reuniões do Fome Zero na Bahia e no Espírito Santo. Segundo ele, em cada Estado brasileiro são escolhidas seis pessoas que ficarão responsáveis pela formação de um maior número de talhares estaduais, ou seja, vão atuar como multiplicadores. Os encontros, afirma Silva, são abertos a todas as entidades. Em Mato Grosso do Sul, um dos últimos Estados a fazer a reunião, o Diretório Regional do PT convocou os participantes do encontro.
No próximo dia 20, pelo menos 162 talheres escolhidos nos Estados e no Distrito Federal vão se reunir em Belo Horizonte (MG) para concluir o processo de formação.
Silva é um dos sete membros do Talher Nacional, um grupo ligado a Frei Betto, assessor especial da Presidência da República que coordena o desenvolvimento do Fome Zero na sociedade civil.
O coordenador e membro do Talher Nacional, Selvino Heck, 52, disse hoje que os sete talheres nacionais "não foram escolhidos porque são da entidade [movimento social] a ou b, mas porque são reconhecidos como educadores populares que atuam há muitos anos".
Heck é ligado ao Centro de Assessoria Multiprofissional, entidade do Rio Grande do Sul. "Nas reuniões tem música do MST, das pastorais e até música popular brasileira", afirmou Heck.
Segundo ele, no Talher Nacional os educadores podem ter metodologia diferente para atuar nos Estados, mas se baseiam em temas como cidadania, direitos humanos e geração de trabalho.
A reportagem procurou hoje Frei Betto, mas ele está em viagem e só volta na próxima semana. Sua assessoria informou que ele acompanha em reuniões frequentes a equipe do Talher Nacional e recebe relatórios sobre os encontros nos Estados.
Ainda segundo a assessoria, a composição do Talher Nacional não teve como critério a indicação de entidades, mas a experiência dos educadores populares que são voluntários.
No programa Fome Zero, o MST reivindica a doação de cestas básicas para as famílias acampadas. Em Mato Grosso, os sem-terra adotaram a estratégia de bloquear rodovias para pedir alimentos. O último protesto ocorreu na quarta-feira.
MST coordena reunião do Fome Zero em Campo Grande
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da Agência Folha, em Campo Grande
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) tem um representante no Fome Zero que coordena reuniões onde são escolhidos os educadores do programa nos Estados. Chamados de talheres estaduais, essas pessoas são formadas para orientar os agentes de segurança alimentar que, como estabeleceu o governo federal, vão acompanhar as famílias beneficiadas.
Em Campo Grande (MS), Rogério Augusto Silva, 46, do Coletivo Nacional de Formação do MST, coordenou uma reunião do Fome Zero ontem. O encontro tinha pelo menos 25 representantes de entidades, incluindo do MST.
Antes de montar os grupos de discussões sobre o programa, ele cantou acompanhado de violão a música "Ordem e Progresso", do compositor Zé Pinto, ligado ao movimento sem-terra.
A letra da música diz: "A ordem é ninguém passar fome. Progresso é o povo feliz. A reforma agrária é a volta do agricultor à raiz". A composição tida como a mais conhecida entre os sem-terra está no CD "Arte em Movimento", lançado pelo MST.
À Agência Folha, Silva disse que coordenou recentemente reuniões do Fome Zero na Bahia e no Espírito Santo. Segundo ele, em cada Estado brasileiro são escolhidas seis pessoas que ficarão responsáveis pela formação de um maior número de talhares estaduais, ou seja, vão atuar como multiplicadores. Os encontros, afirma Silva, são abertos a todas as entidades. Em Mato Grosso do Sul, um dos últimos Estados a fazer a reunião, o Diretório Regional do PT convocou os participantes do encontro.
No próximo dia 20, pelo menos 162 talheres escolhidos nos Estados e no Distrito Federal vão se reunir em Belo Horizonte (MG) para concluir o processo de formação.
Silva é um dos sete membros do Talher Nacional, um grupo ligado a Frei Betto, assessor especial da Presidência da República que coordena o desenvolvimento do Fome Zero na sociedade civil.
O coordenador e membro do Talher Nacional, Selvino Heck, 52, disse hoje que os sete talheres nacionais "não foram escolhidos porque são da entidade [movimento social] a ou b, mas porque são reconhecidos como educadores populares que atuam há muitos anos".
Heck é ligado ao Centro de Assessoria Multiprofissional, entidade do Rio Grande do Sul. "Nas reuniões tem música do MST, das pastorais e até música popular brasileira", afirmou Heck.
Segundo ele, no Talher Nacional os educadores podem ter metodologia diferente para atuar nos Estados, mas se baseiam em temas como cidadania, direitos humanos e geração de trabalho.
A reportagem procurou hoje Frei Betto, mas ele está em viagem e só volta na próxima semana. Sua assessoria informou que ele acompanha em reuniões frequentes a equipe do Talher Nacional e recebe relatórios sobre os encontros nos Estados.
Ainda segundo a assessoria, a composição do Talher Nacional não teve como critério a indicação de entidades, mas a experiência dos educadores populares que são voluntários.
No programa Fome Zero, o MST reivindica a doação de cestas básicas para as famílias acampadas. Em Mato Grosso, os sem-terra adotaram a estratégia de bloquear rodovias para pedir alimentos. O último protesto ocorreu na quarta-feira.
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