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06/10/2003 - 20h30

MST invade terra pela 4ª vez no RS, e proprietário se queixa de agressão

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LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

Cerca de 500 integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram na madrugada de hoje a fazenda Bom Retiro, às margens da BR-158, em Júlio de Castilhos (344 km de Porto Alegre, região central do Rio Grande do Sul). Já é a quarta vez que a mesma área é invadida pelo MST.

O coordenador do MST gaúcho Mário Lill afirmou que a invasão é uma forma de os sem-terra até mesmo colaborarem com o governo federal, pressionando pela efetivação da reforma agrária --que seria do interesse oficial.

O proprietário da fazenda, Gabino Schiavon, queixou-se para a Brigada Militar (PM gaúcha), dizendo que ficou retido na fazenda por cerca de três horas com familiares e empregados. Afirmou, também, que foi agredido pelos sem-terra e que registraria ocorrência na polícia local. O MST diz ignorar as acusações.

A ação de restituição de posse apresentada ainda hoje foi acolhida pela Justiça. O prazo para a desocupação da área é de cinco dias.

A fazenda Bom Retiro, de acordo com seu proprietário, é produtiva: cultiva soja, trigo e aveia, e cria um total de 700 cabeças de gado.

Apesar de definir a situação como tranquila, a Brigada Militar manteve hoje efetivos na área. As famílias de sem-terra que promoveram a invasão já estavam acampadas ao lado da propriedade, às margens da BR-158.

O histórico da fazenda Bom Retiro com o MST se iniciou em março de 1993, quando 800 sem-terra a invadiram. Depois, retiraram-se pacificamente.

Exatamente oito anos depois, o MST fez uma invasão dupla, na Cabanha Santa Bárbara, em Arroio dos Ratos, e na fazenda Bom Retiro. O movimento, na época (março de 2001), alegou lentidão do governo de Olívio Dutra (PT), o atual ministro das Cidades. A lógica era semelhante à da invasão ocorrida ontem.

Em abril de 2002, cerca de 1.200 sem-terra invadiram a Bom Retiro pela terceira vez. O objetivo foi marcar os seis anos do massacre de Eldorado do Carajás (PA). Dez dias depois da invasão, o grupo deixou a propriedade. Os administradores, na época, reclamaram de prejuízos resultantes do roubo de animais e do abate de outros dois, constatados após a saída dos sem-terra.
 

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