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23/10/2003 - 17h43

Frei Beto diz que Rainha é "preso político"

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CRISTIANO MACHADO
Free-Lance para a Agência Folha, em Presidente Prudente

Frei Betto, assessor especial da Presidência da República, disse hoje que os líderes sem-terra José Rainha Jr., sua mulher, Diolinda Alves de Souza, e Felinto Procópio dos Santos, o Mineirinho, são "presos políticos".

''Eles são presos políticos. Há tantas pessoas que cometeram crimes tão graves que estão soltas ou respondem em liberdade e fica difícil entender o motivo que eles continuam presos, já que não há nenhuma ameaça'', afirmou o assessor, durante visita aos líderes sem-terra, detidos no Pontal do Paranapanema (oeste paulista).

Mesmo fazendo questão de afirmar que se tratava de uma visita ''pessoal, de um amigo'', ele disse ter ''pedido licença'' ao presidente Lula, que teria mandado ''um abraço'' aos presos. ''Trouxe um abraço do presidente. Pedi licença, o presidente me autorizou e falou: 'Leve meu abraço pra eles''', afirmou Frei Betto, no final da tarde, em entrevista coletiva no aeroporto de Presidente Prudente (565 km de São Paulo).

O assessor disse não temer qualquer vinculação do presidente com os sem-terra presos, alegando que a relação do MST com o governo é ''muito boa''. ''Os canais de diálogos estão inteiramente abertos e o governo não pretende manipular o MST.''

Frei Betto disse ter custeado as passagens aéreas da viagem. ''São amigos com quem convivi há muitos anos e fiz uma ação de solidariedade, compartilhando o seu sofrimento'', declarou.

O assessor disse que levará ao conhecimento de Lula a situação dos líderes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) condenados por, entre outros crimes, formação de quadrilha.

Durante as visitas, Frei Betto afirmou ter orado com os líderes. A maior preocupação, segundo ele, é com Diolinda, condenada a dois anos e oito meses de detenção na cadeia pública feminina de Piquerobi, outra cidade da região. ''Ela está numa situação muito precária, a cadeia está superlotada [tem capacidade para 18 e tem 42 detentas] e divide cela com outras cinco mulheres presas por tráfico de drogas e prostituição'', disse.

Mineirinho e Rainha, condenados a cinco anos e quatro meses por porte ilegal de arma e formação de quadrilha, segundo Frei Betto, ''estão sendo bem tratados''. Eles, que estão presos na penitenciária compacta de Dracena, enviaram, por meio do assessor, uma carta ao presidente, onde relatam sua situação. O conteúdo não foi divulgado.
 

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