Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
26/10/2003 - 13h06

Para Simon, viagens igualam governo Lula ao de FHC

Publicidade

CAMILO TOSCANO
da Folha Online, em Brasília

Senador pelo Rio Grande do Sul e considerado um dos exemplos de ética em seu partido e dentro do Congresso Nacional, Pedro Simon (PMDB-RS) equiparou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva ao de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), quando o assunto é viagens.


H.P/Folha Imagem
Pedro Simon (PMDB-RS)
"Em termos de viagem, o Lula está igual ao Fernando Henrique", afirmou o senador, em entrevista à Folha Online.

Integrante da bancada gaúcha --amplamente favorável à liberação dos alimentos transgênicos e contrária ao Estatuto do Desarmamento--, Simon avalia que a questão dos transgênicos tem sido tratada de forma "passional e não no campo da ciência", e diz ainda não ter definida sua posição sobre as armas.

Sobre os transgênicos, também critica o governo, ao dizer que as pesquisas prometidas em março ainda não foram realizadas. Na época, o governo proibiu o plantio, mas anunciou que encontraria uma saída jurídica para autorizar a comercialização da safra de 2002 somente para exportação.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista:

Folha Online - Assistimos nos últimos dias a dois episódios envolvendo viagens de ministros do governo Lula. Para o sr., cabem as críticas ao presidente?
Pedro Simon - O Lula está viajando mais que Fernando Henrique Cardoso. Mesmo quando ele está viajando pelo interior do Brasil, ele está indo nos grandes eventos, enquanto o que ele dizia, e estava correto, é 'quantas vezes o Fernando Henrique foi ver a miséria, a fome?' Mas ele também não está indo. O Lula já está passando 20% de seu governo. Aquele tom, estilo de diferença em relação ao governo anterior não existe. Em termos de viagem, o Lula está igual ao Fernando Henrique.

Folha Online - O Diário Oficial hoje prorroga até dezembro o prazo para a adesão dos agricultores à soja transgênica. O sr. critica a ação do governo na área?
Simon - A verdade é que surgiu a semente transgência, foi usada e, bem ou mal, foi andando. Hoje a coisa está acontecendo dentro da normalidade. Não acredito que o produtor será responsabilizado, é uma espécie de responsabilidade coletiva. Se bem que eu acho que nesse projeto o equívoco do governo é de não ter feito estudos técnicos. Ficou o ministro da Agricultura brigando a favor, a ministra do Meio Ambiente brigando contra, mas não se chamou a Embrapa para coordenar um estudo. O governo liberou a soja transgênica lá em março, mas teve todo esse tempo para fazer os estudos que disse que iria fazer e não fez. O debate continua sendo passional, no campo das idéias e não da ciência. Temos técnicos com qualidade de dar uma resposta.

Folha Online - Qual sua posição sobre o Estatuto do Desarmamento, que foi aprovado ontem na Câmara?
Simon - Está se formando uma paixão com relação ao desarmamento, uma mobilização dos órgãos de imprensa e no Congresso a favor do desarmamento. E tem grandes argumentos favoráveis, quando se diz que muitos crimes são praticados porque o cidadão estava armado e que o cidadão que está com a arma pensa que é defesa, mas termina morto pela própria arma.

No Rio Grande do Sul é interessante. Se fizer uma pesquisa, a maioria é contra o desarmamento. Eles argumentam que a primeira providência contra a violência é desarmar o cidadão honesto, porque não há um esquema para combater as armas que entram clandestinamente. Há até assaltos aos quartéis. Todo mundo reconhece que hoje o crime é organizado, que está crescendo cada vez mais e a rigor não se tem uma medida concreta para combater isso. Com toda sinceridade, vejo conteúdo dos dois lados.

Folha Online - A argumentação em defesa do estatuto é a de que a lei não é feita para os bandidos, que esses já estão fora da lei...
Simon - A lei desarma todo cidadão comum que esteja armado. O cidadão que tem dinheiro em São Paulo mora em uma casa fechada, em um condomínio, onde tem segurança de dez em dez metros armado, enquanto que o cidadão comum não pode fazer nada. No caso de uma mulher está em uma casa fechada e estão assaltando tudo o que é casa, com essa lei todo mundo sabe que ninguém tem arma. Como é que fica o estado de espírito dessa pessoa? É uma coisa a se analisar.

Folha Online - Hoje o sr. votaria contra ou a favor?
Simon - Estou esperando para ver como é que ele vai chegar aqui no Senado.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página