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25/10/2003 - 07h30

Escritora americana faz elogios a Lula

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do enviado da Folha de S.Paulo a Oviedo (Espanha)

"Quem é o outro mesmo?", surpreendida pela pergunta, foi assim que a escritora e ensaísta norte-americana Susan Sontag referiu-se ontem, em um primeiro momento, ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.

Vencedora do Prêmio Príncipe de Astúrias de Artes, Sontag havia aberto sua entrevista coletiva reverenciando o filósofo Edward Said, que morreu neste mês e tinha recebido no ano passado o mesmo prêmio, agora destinado à escritora. Ela citou Said para dizer que poucos vencedores de prêmios merecem ser citados, dada o que chamou de arbitrariedade de suas concessões.

Foi então questionada sobre se Lula, com quem se avistaria na cerimônia de entrega, mereceria ser citado ao lado de Said. A pergunta, feita em espanhol por exigência do protocolo, não foi entendida imediatamente pela escritora. "Quem é o outro mesmo?", questionou. Esclarecido o personagem, Sontag foi só elogios. "Absolutamente merecedor [da citação ao lado de Said]. Tenho grande admiração por Lula. Por sinal, estou muita satisfeita que os EUA não estejam muito envolvidos com a direita latino-americana. É uma coisa boa que Lula possa governar. Tenho grande admiração por ele", afirmou a escritora.

Na sua preocupação com a forma com que os EUA historicamente atuaram na América Latina, a escritora lembrou o golpe militar contra Salvador Allende no Chile para falar da ligação de governos de seu país com a direita no continente. "O 11 de Setembro não é somente a data dos ataques terroristas nos EUA. É também a data da derrubada de um governo legitimamente eleito no Chile."

Sontag voltou a citar o Brasil quando criticou o novo filme de Quentin Tarantino, "Kill Bill": "Cerca de 20% da população mundial vive em grandes cidades como Nova York, Tóquio, São Paulo, onde a cultura é mais industrial, mais consumida e com critérios mais mercenários. Nesse universo, a arte não tem tabus. Mas, para os outros 80% da população mundial, os tabus, as ingerências e a censura crescem. Às vezes, por restrição religiosa".
 

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