Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
29/10/2003 - 21h27

Pagamento para Raytheon é suspenso

Publicidade

KÁTIA BRASIL
da Agência Folha, em Manaus

O Cecomsaer (Centro de Comunicação Social da Aeronáutica) confirmou hoje que a comissão coordenadora do projeto Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) suspendeu por tempo indeterminado o pagamento de US$ 72 milhões à empresa norte-americana Raytheon.

O motivo é o atraso no cronograma de entrega de equipamentos do sistema VHF, um conjunto de rádios de alta frequência que permitem as comunicações de unidades dos CRVs (Centros Regionais de Vigilância) e as aeronaves que fazem a vigilância aérea na Amazônia Legal.

O CRV de Manaus, que foi inaugurado há 13 meses, opera com um sistema de comunicação da própria Aeronáutica, segundo o Cecomsaer.

"O sistema VHF da Raytheon ainda não está operacional devido ao atraso na entrega dos equipamentos. Para integrar todo os sítios de radares [incluindo Porto Velho, RO, e Belém, PA], precisa desse sistema para comunicação. Em razão disso [do atraso], o pagamento da Raytheon ficará suspenso até que entre em teste e seja efetivamente aceito esse sistema de comunicação", diz nota do Cecomsaer.

O Cecomsaer negou que os equipamentos da Aeronáutica utilizados pelo CRV de Manaus estejam totalmente defasados, comprometendo as operações de vigilância, mas alertou que o atraso da Raytheon pode afetar as operações dos CRVs de Porto Velho e de Belém, que estão em fase de conclusão. "Os centros de Porto Velho e Belém terão um atraso, não podemos especificar o tempo", diz o Cecomsaer.

A Agência Folha procurou no Rio de Janeiro o representante da Raytheon, Gregory Vukfich, mas ele não foi localizado até o fechamento desta edição.

O Sivam é uma rede de vigilância com aviões, radares de solo, bases de recepção e tratamento de dados para controlar os 5,2 milhões de km² da Amazônia brasileira. Com custo total de US$ 1,4 bilhão, o governo brasileiro financiou o projeto pelo Eximbank dos EUA para adquirir os equipamentos da empresa Raytheon. Só o sistema de VHF tem contrato de US$ 760 milhões, dos quais US$ 688 milhões já foram pagos.

Os radares, situados em pontos estratégicos da região da amazônica, fazem a defesa defesa militar permitindo uma maior precisão na intercepção de aeronaves clandestinas, principalmente aquelas usadas pelos narcotraficantes na fronteira com os países produtores de drogas como Colômbia e Bolívia. Nesse caso, um novo o sistema de VHF é essencial nas operações, diz um especialista ouvido pela Agência Folha.

Hoje, o Cecomsaer afirmou que o Sivam está operando com 85% de sua capacidade com o CRV de Manaus. Esse centro é chamado também de Cindacta (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo) da Amazônia, integrando os centros de Curitiba, Brasília e Recife.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página