Publicidade
Publicidade
11/11/2003
-
20h24
EDUARDO SCOLESE
da Agência Folha
Balanço divulgado hoje pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário indica que houve, entre janeiro e outubro, 32 assassinatos decorrentes de conflitos agrários no país. O número supera em 60% os casos de todo o ano de 2002 (20). Em relação a 2000 (10) e 2001 (14), o avanço é de 220% e 128%, respectivamente.
Outras 25 mortes ocorridas no campo nos dez primeiros meses deste ano, mas que ainda estão sob investigação policial, poderão ser somadas aos 32 casos já confirmados pela pasta.
A Ouvidoria Agrária Nacional, órgão do ministério responsável pelo levantamento, somente considera os casos nos quais exista um boletim de ocorrência que aponte o conflito agrário como motivador da morte.
Dos 32 assassinatos deste ano, 18 ocorreram no Pará --56% do total. Entre eles, estão os sete trabalhadores rurais e um fazendeiro mortos, em setembro, numa emboscada em São Félix do Xingu (1.526 km de Belém).
Segundo a ouvidoria, a polícia local identificou a questão agrária como motivação do crime.
"A ausência do Estado na região sul do Pará é a principal causadora do aumento dos índice de crimes no campo. Chamo a atenção para o poder paralelo, as grilagens de terra e a impunidade naquela região. É necessária uma força-tarefa urgente no local", disse a ouvidora agrária nacional substituta, Maria de Oliveira.
Invasões
Nos dez primeiros meses deste ano, segundo o ministério, ocorreram 202 invasões de terra. A quantidade supera o total registrado de janeiro a dezembro de 2001 e 2002, com 158 e 103 casos, respectivamente. Em 2000, ocorreram 236 invasões.
Em relação ao bimestre julho-agosto deste ano, o número de invasões no período setembro-outubro caiu 73%, passando de 67 para 18 casos.
A ouvidora agrária justifica: "As ações dos movimentos tem oscilado muito neste ano. Até agosto, eles optaram por uma cobrança mais direta ao governo por meio das ocupações. Atualmente, eles estão cautelosos, pois aguardam a aprovação de um novo Plano Nacional de Reforma Agrária".
O projeto do PNRA, elaborado pelo economista Plínio de Arruda Sampaio, foi entregue em 15 de outubro ao ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário). O projeto está sob análise da pasta, que poderá modificá-lo antes do lançamento oficial, ainda com data indefinida. O PNRA é a principal promessa de campanha petista para o campo.
No ranking de invasões por Estado, Pernambuco lidera com 61 casos, seguido do Paraná (35), de São Paulo (20), de Minas Gerais (16) e do Distrito Federal (10). "É preciso que as autoridades fiquem atentas a Pernambuco. Um massacre pode ocorrer a qualquer momento no Estado", afirmou Maria de Oliveira.
Mortes no campo superam em 60% balanço de 2002
Publicidade
da Agência Folha
Balanço divulgado hoje pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário indica que houve, entre janeiro e outubro, 32 assassinatos decorrentes de conflitos agrários no país. O número supera em 60% os casos de todo o ano de 2002 (20). Em relação a 2000 (10) e 2001 (14), o avanço é de 220% e 128%, respectivamente.
Outras 25 mortes ocorridas no campo nos dez primeiros meses deste ano, mas que ainda estão sob investigação policial, poderão ser somadas aos 32 casos já confirmados pela pasta.
A Ouvidoria Agrária Nacional, órgão do ministério responsável pelo levantamento, somente considera os casos nos quais exista um boletim de ocorrência que aponte o conflito agrário como motivador da morte.
Dos 32 assassinatos deste ano, 18 ocorreram no Pará --56% do total. Entre eles, estão os sete trabalhadores rurais e um fazendeiro mortos, em setembro, numa emboscada em São Félix do Xingu (1.526 km de Belém).
Segundo a ouvidoria, a polícia local identificou a questão agrária como motivação do crime.
"A ausência do Estado na região sul do Pará é a principal causadora do aumento dos índice de crimes no campo. Chamo a atenção para o poder paralelo, as grilagens de terra e a impunidade naquela região. É necessária uma força-tarefa urgente no local", disse a ouvidora agrária nacional substituta, Maria de Oliveira.
Invasões
Nos dez primeiros meses deste ano, segundo o ministério, ocorreram 202 invasões de terra. A quantidade supera o total registrado de janeiro a dezembro de 2001 e 2002, com 158 e 103 casos, respectivamente. Em 2000, ocorreram 236 invasões.
Em relação ao bimestre julho-agosto deste ano, o número de invasões no período setembro-outubro caiu 73%, passando de 67 para 18 casos.
A ouvidora agrária justifica: "As ações dos movimentos tem oscilado muito neste ano. Até agosto, eles optaram por uma cobrança mais direta ao governo por meio das ocupações. Atualmente, eles estão cautelosos, pois aguardam a aprovação de um novo Plano Nacional de Reforma Agrária".
O projeto do PNRA, elaborado pelo economista Plínio de Arruda Sampaio, foi entregue em 15 de outubro ao ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário). O projeto está sob análise da pasta, que poderá modificá-lo antes do lançamento oficial, ainda com data indefinida. O PNRA é a principal promessa de campanha petista para o campo.
No ranking de invasões por Estado, Pernambuco lidera com 61 casos, seguido do Paraná (35), de São Paulo (20), de Minas Gerais (16) e do Distrito Federal (10). "É preciso que as autoridades fiquem atentas a Pernambuco. Um massacre pode ocorrer a qualquer momento no Estado", afirmou Maria de Oliveira.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice