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01/09/2000 - 03h30

Coordenador de Alckmin apoiou Maluf em 92

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PATRICIA ZORZAN, da Folha de S.Paulo

Coordenador da campanha tucana de Geraldo Alckmin à Prefeitura de São Paulo, o deputado estadual Walter Feldman (PSDB) foi um dos chamados neomalufistas que apoiaram a candidatura de Paulo Maluf (PPB) no segundo turno da eleição municipal de 92.

O nome de Feldman, na época vereador pelo PSDB, consta da lista de 44 personalidades -entre políticos, intelectuais e empresários- que assinaram o manifesto ""Pelo Futuro de São Paulo", de adesão indireta ao pepebista.

Na ocasião, Maluf disputava o segundo turno da eleição municipal com o petista Eduardo Suplicy, marido da atual candidata do partido, Marta Suplicy.

Feldman defendeu a neutralidade do PSDB na disputa, mas, eliminados da eleição, os tucanos optaram oficialmente pelo apoio ao candidato petista.

Depois da vitória de Maluf, Feldman -ex-secretário estadual da Casa Civil e ex-líder do governador Mário Covas na Assembléia- chegou a ser cotado para ocupar a Secretaria Municipal da Saúde do pepebista.

Experiência

Articulado pelo ex-dirigente do PCB Jarbas Holanda, o manifesto neomalufista não menciona o nome de nenhum dos dois candidatos, mas afirma que o futuro prefeito da cidade deveria ter ""experiência administrativa" -um quesito preenchido apenas por Paulo Maluf, que até esse momento já havia sido prefeito e governador do Estado.

Experiência, assim como acontece na atual campanha, era um dos pilares do discurso do pepebista na época.

No texto, de outubro de 92, ainda são citadas como características desejáveis ao novo chefe do executivo ""boa articulação com a Câmara eleita" e ""abertura para mobilizar recursos".

Maluf estava mais próximo da maioria na Câmara Municipal. Sua coligação havia elegido 22 vereadores, contra 15 da aliança que apoiou Suplicy.

"Preocupados com soluções democráticas, socialmente justas e realistas para os grandes problemas de São Paulo, que têm escala nacional e até internacional, voltamos nossas vistas para o futuro, interessados em buscar convergências e não em cultivar políticas de confrontação do passado", dizia o documento.

O manifesto, cuja elaboração foi acompanhada de perto pelo comitê de Maluf, acabou sendo transformado em peça publicitária da campanha pepebista.

Em nota distribuída um dia depois da divulgação da carta, o ex-prefeito e então candidato dizia que o texto "se coadunava" com suas próprias idéias.

O plano inicial era conseguir um documento explícito de apoio. Diante da resistência de alguns dos signatários, a opção foi pelo que ficou conhecido como ""malufismo envergonhado".

Depois da divulgação do manifesto, o radialista Osmar Santos, um dos signatários da carta, recuou, afirmando ter caído em uma ""cilada".
Santos argumentou ter "ido no embalo" de amigos que também ratificaram o texto.

Além dele, também firmaram o documento o sindicalista Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, e o atual secretário municipal da Cultura, Rodolfo Konder.

Ex-militante do PCB, Konder foi nomeado para a função por Maluf e permaneceu no cargo após a vitória de Celso Pitta (PTN), com quem o ex-prefeito diz estar rompido desde 25 de março do ano passado.

O titular da Cultura é o único secretário a permanecer no governo municipal desde a posse de Maluf, em 1993.

Alvo

Segundo o Datafolha, Alckmin e o ex-prefeito estão em situação de empate técnico pela disputa da prefeitura, ao lado de outros dois candidatos. O tucano e o pepebista têm 13% das intenções de voto. Luiza Erundina (PSB), aparece com 12%, e Romeu Tuma (PFL), com 10%. Marta segue na liderança, com 30%.

A ascensão do tucano nas pesquisas o transformou no alvo preferencial do malufismo nos últimos dias. Anteontem, o pepebista se referiu a Alckmin, vice-governador licenciado, como o ""pai da violência no Estado".

Em resposta a Maluf, Feldman afirmou que o ex-prefeito "tenta manipular" e que ""não respeita a população".

Na eleição de 98, durante a disputa pelo governo estadual entre o pepebista e Covas, o deputado se transformou em um crítico do malufismo, tendo declarado que a campanha do ex-prefeito era ""uma brincadeira de muito mau gosto".

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