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17/11/2003 - 21h01

Agricultores fazem três marchas no RS

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LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

Cerca de 2.200 integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) iniciaram ontem três marchas concomitantes em direção a Porto Alegre, com previsão de chegada para quarta-feira.

De São Jerônimo (68 km de Porto Alegre), partiram 400 sem-terra, que realizaram no início da tarde, antes de sair, um ato público em frente ao fórum local. Os sem-terra protestam contra o que definem como criminalização do movimento e pedem a intensificação dos assentamentos --dizem que, no Rio Grande do Sul, foram assentadas apenas 52 famílias.

O MST realizará, chegando a Porto Alegre, um protesto em frente ao Palácio Piratini (sede do governo gaúcho), na Praça da Matriz.

As marchas do MPA são integradas por 900 pessoas que partem hoje de São Leopoldo (33 km de Porto Alegre) e outras 900 que saem de Canoas (região metropolitana da capital gaúcha).

Da parte do MPA, as principais reivindicações se referem ao aumento na concessão de crédito para a agricultura familiar e da habitação camponesa, o estabelecimento de um seguro agrícola nacional e, também, reforma agrária.

Os pequenos agricultores pretendem, chegando a Porto Alegre, realizar protestos em frente à sede do Banco Central na cidade.

"Há uma intenção de criminalizar o movimento, em uma orquestração entre certos setores oficiais. Foram feitas varreduras em alguns acampamentos nossos, com ações truculentas, e sabemos que haverá mais", afirmou Miguel Stedile, coordenador do MST no Rio Grande do Sul.

Na semana passada, um líder do movimento foi preso, e outros sete foram indiciados com pedido de prisão preventiva em um acampamento de Arroio dos Ratos (52 km de Porto Alegre), na BR-290.

O líder preso é Justino Vieira, coordenador do acampamento Santa Vitória, formado por 400 famílias e cerca de 2.000 sem-terra ligados ao MST.

A operação da polícia gaúcha apreendeu diversos materiais, como regulamentos internos, cadernos, agendas e um telefone celular.

Os líderes do acampamento foram acusados de trabalho escravo, constrangimento ilegal, extorsão, cárcere privado, tortura e aborto. As denúncias partiram de quatro ex-assentados. O MST nega as acusações.
 

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