Publicidade
Publicidade
20/11/2003
-
18h27
RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em Brasília
O coordenador nacional da CPT (Comissão Pastoral da Terra), bispo dom Tomás Balduíno, disse hoje que os movimentos sociais ligados ao campo podem passar a ter uma relação "diferente" com o governo federal. Isso poderia acontecer se os movimentos ficarem decepcionados com o Plano Nacional de Reforma Agrária, que será apresentado amanhã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A CPT e as demais entidades ligadas ao campo reivindicam a meta de um milhão de famílias assentadas nos quatro anos do mandato de Lula. O Plano Nacional de Reforma Agrária do governo, que será apresentado amanhã, teria a proposta de assentar 355 mil famílias. O encontro com Lula está marcado para as 11h, ainda sem local definido.
"Digamos que Lula reduza esse número [355 mil] que já é irrisório diante da expectativa dos movimentos. Se isso acontecer acredito que as relações [com o governo] serão diferentes", afirmou dom Balduíno.
A declaração foi dada durante entrevista coletiva de representantes de algumas das 43 entidades que participam em Brasília da Conferência da Terra pelo Plano Nacional da Reforma Agrária. Participam o MST (Movimento Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), o MTL (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade), o MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) e o Movimento dos Atingidos por Barragens, entre outros.
Cerca de dois mil militantes chegaram ontem à capital federal. Hoje mais mil pessoas engrossaram a manifestação. Eles estão acampados no pavilhão de exposições Expo Brasília, no Parque da Cidade.
Autonomia
O representante do MST na coletiva, João Paulo Rodrigues, que integra a coordenação nacional da entidade, foi mais cauteloso ao comentar a expectativa para o encontro com Lula amanhã. Ele afirmou que o MST tem uma relação de parceria com o governo, porém, ao mesmo tempo, tem autonomia para tomar decisões e realizar seus "movimentos".
"O MST tem muita clareza na relação política com o governo. É uma relação de parceria, porém temos nossa autonomia", declarou Rodrigues.
Questionado se há possibilidade de um rompimento com o governo caso o plano de reforma agrária não agrade, ele disse: "do ponto de vista de estremecer as relações com o governo não há nada disso".
Pela manhã, João Pedro Stédile, um dos líderes nacionais do MST, foi bem claro sobre a política de atuação que deseja para o movimento. "Vamos continuar colocando o povo nos acampamentos para mostrar para a sociedade que essa é a solução contra o desemprego e a geração de renda", declarou, ao discursar para os milhares de militantes.
Segundo o MST, há no Brasil 130 milhões de hectares de terras improdutivas que podem ser utilizadas para a reforma agrária. Seriam necessários 25 milhões de hectares para assegurar o assentamento de todas as famílias (um milhão) incluídas na meta reivindicada pelos movimentos sociais.
CPT ameaça "mudar" relação com o governo
Publicidade
da Folha Online, em Brasília
O coordenador nacional da CPT (Comissão Pastoral da Terra), bispo dom Tomás Balduíno, disse hoje que os movimentos sociais ligados ao campo podem passar a ter uma relação "diferente" com o governo federal. Isso poderia acontecer se os movimentos ficarem decepcionados com o Plano Nacional de Reforma Agrária, que será apresentado amanhã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A CPT e as demais entidades ligadas ao campo reivindicam a meta de um milhão de famílias assentadas nos quatro anos do mandato de Lula. O Plano Nacional de Reforma Agrária do governo, que será apresentado amanhã, teria a proposta de assentar 355 mil famílias. O encontro com Lula está marcado para as 11h, ainda sem local definido.
"Digamos que Lula reduza esse número [355 mil] que já é irrisório diante da expectativa dos movimentos. Se isso acontecer acredito que as relações [com o governo] serão diferentes", afirmou dom Balduíno.
A declaração foi dada durante entrevista coletiva de representantes de algumas das 43 entidades que participam em Brasília da Conferência da Terra pelo Plano Nacional da Reforma Agrária. Participam o MST (Movimento Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), o MTL (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade), o MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) e o Movimento dos Atingidos por Barragens, entre outros.
Cerca de dois mil militantes chegaram ontem à capital federal. Hoje mais mil pessoas engrossaram a manifestação. Eles estão acampados no pavilhão de exposições Expo Brasília, no Parque da Cidade.
Autonomia
O representante do MST na coletiva, João Paulo Rodrigues, que integra a coordenação nacional da entidade, foi mais cauteloso ao comentar a expectativa para o encontro com Lula amanhã. Ele afirmou que o MST tem uma relação de parceria com o governo, porém, ao mesmo tempo, tem autonomia para tomar decisões e realizar seus "movimentos".
"O MST tem muita clareza na relação política com o governo. É uma relação de parceria, porém temos nossa autonomia", declarou Rodrigues.
Questionado se há possibilidade de um rompimento com o governo caso o plano de reforma agrária não agrade, ele disse: "do ponto de vista de estremecer as relações com o governo não há nada disso".
Pela manhã, João Pedro Stédile, um dos líderes nacionais do MST, foi bem claro sobre a política de atuação que deseja para o movimento. "Vamos continuar colocando o povo nos acampamentos para mostrar para a sociedade que essa é a solução contra o desemprego e a geração de renda", declarou, ao discursar para os milhares de militantes.
Segundo o MST, há no Brasil 130 milhões de hectares de terras improdutivas que podem ser utilizadas para a reforma agrária. Seriam necessários 25 milhões de hectares para assegurar o assentamento de todas as famílias (um milhão) incluídas na meta reivindicada pelos movimentos sociais.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice