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25/11/2003
-
22h31
ALESSANDRA KORMANN
da Agência Folha, em Teresina
O marqueteiro Duda Mendonça, que criou a campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado e é dono de uma das três agências que dividem a conta da publicidade do governo federal, disse que vai fazer campanha para o PT em seis capitais nas eleições municipais do ano que vem. Citou como prováveis São Paulo, Recife, Curitiba e Belo Horizonte.
O publicitário deu as declarações em uma palestra --presenciada pela Agência Folha-- sobre marketing político realizada na noite de segunda-feira em Teresina. Durante o evento, Duda também falou que está trabalhando na próxima propaganda do PT, que deve ir ao ar no dia 4 de dezembro, e disse que prevê uma "onda petista" nas eleições de 2004. O motivo, para ele, é a recente melhora nos índices econômicos, como a queda progressiva na taxa básica de juros, hoje em 17,5% ao ano.
"Se a retomada do crescimento se confirmar, como está aparecendo agora, o PT vai chegar muito forte nas eleições do ano que vem. Vai haver uma onda petista, como a que elegeu Lula", afirmou Duda.
Durante a palestra, Duda Mendonça se disse "torcedor e tiete do presidente" e fez uma declaração de amor ao PT: "O casamento com o PT é eterno. Mesmo que o PT não me queira mais, eu sempre vou querer o PT".
O publicitário também fez, diante da platéia repleta de petistas, incluindo o governador do Piauí, Wellington Dias, e vários secretários, um discreto mea-culpa por ter trabalhado para Paulo Maluf (PP) na campanha que o elegeu prefeito de São Paulo em 1992.
"Eu não me sinto diminuído por ter feito a campanha do Maluf, ele era um bom cliente, ganhei a minha grana, me projetei nacionalmente depois de ajudá-lo a ganhar uma eleição após cinco derrotas consecutivas. A diferença é que eu não sentia orgulho de ser o marqueteiro malufista, e hoje eu tenho orgulho de ser o marqueteiro do Lula."
Duda afirmou que sempre foi de esquerda e que as pessoas que se opuseram à sua contratação pelo PT por causa do passado com Maluf desconheciam a sua história. "Achavam que eu era de direita por ter feito a campanha do Maluf, mas ninguém sabia que eu fui estudante de esquerda. O meu primo foi instrutor de guerrilha do José Dirceu [ministro da Casa Civil] em Cuba [onde Dirceu viveu no exílio]."
A palestra estava lotada. Cerca de 300 pessoas, entre estudantes, candidatos e até alguns jornalistas da imprensa local pagaram R$ 100 para ouvir o marqueteiro _o mesmo preço de um lugar na mesa no show do Roberto Carlos, programado para ontem em Teresina. O dinheiro arrecadado vai para a construção da nova sede do PT. Durante o evento, ele sorteou para o público alguns livros de sua autoria ("Duda Mendonça - Casos & Coisas", da ed. Globo).
Entre os seus ensinamentos para a platéia (veja quadro nesta página), o marqueteiro disse que "a massa está cada vez mais organizada e consciente, e quem elege é quem ganha menos de R$ 1.000". Ele também abordou o problema da violência urbana: "Se os ricos não fizerem concessões, vão ter que andar de carro blindado e morar em Miami".
Duda fez ainda uma defesa dos marqueteiros em geral. "Ainda há um certo preconceito contra isso, mas marketing político não é picaretagem. O marketing do Collor [ex-presidente Fernando Collor de Mello, eleito em 1989] não estava errado, do cara jovem que lutava contra os descamisados, voava de avião supersônico. Ele era o super-herói que o povo queria, o Brasil queria aquilo. O que estava errado era o governo dele [que terminou em 1992, após processo de impeachment]."
Duda Mendonça diz que vai fazer campanha para o PT em 6 capitais
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da Agência Folha, em Teresina
O marqueteiro Duda Mendonça, que criou a campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado e é dono de uma das três agências que dividem a conta da publicidade do governo federal, disse que vai fazer campanha para o PT em seis capitais nas eleições municipais do ano que vem. Citou como prováveis São Paulo, Recife, Curitiba e Belo Horizonte.
O publicitário deu as declarações em uma palestra --presenciada pela Agência Folha-- sobre marketing político realizada na noite de segunda-feira em Teresina. Durante o evento, Duda também falou que está trabalhando na próxima propaganda do PT, que deve ir ao ar no dia 4 de dezembro, e disse que prevê uma "onda petista" nas eleições de 2004. O motivo, para ele, é a recente melhora nos índices econômicos, como a queda progressiva na taxa básica de juros, hoje em 17,5% ao ano.
"Se a retomada do crescimento se confirmar, como está aparecendo agora, o PT vai chegar muito forte nas eleições do ano que vem. Vai haver uma onda petista, como a que elegeu Lula", afirmou Duda.
Durante a palestra, Duda Mendonça se disse "torcedor e tiete do presidente" e fez uma declaração de amor ao PT: "O casamento com o PT é eterno. Mesmo que o PT não me queira mais, eu sempre vou querer o PT".
O publicitário também fez, diante da platéia repleta de petistas, incluindo o governador do Piauí, Wellington Dias, e vários secretários, um discreto mea-culpa por ter trabalhado para Paulo Maluf (PP) na campanha que o elegeu prefeito de São Paulo em 1992.
"Eu não me sinto diminuído por ter feito a campanha do Maluf, ele era um bom cliente, ganhei a minha grana, me projetei nacionalmente depois de ajudá-lo a ganhar uma eleição após cinco derrotas consecutivas. A diferença é que eu não sentia orgulho de ser o marqueteiro malufista, e hoje eu tenho orgulho de ser o marqueteiro do Lula."
Duda afirmou que sempre foi de esquerda e que as pessoas que se opuseram à sua contratação pelo PT por causa do passado com Maluf desconheciam a sua história. "Achavam que eu era de direita por ter feito a campanha do Maluf, mas ninguém sabia que eu fui estudante de esquerda. O meu primo foi instrutor de guerrilha do José Dirceu [ministro da Casa Civil] em Cuba [onde Dirceu viveu no exílio]."
A palestra estava lotada. Cerca de 300 pessoas, entre estudantes, candidatos e até alguns jornalistas da imprensa local pagaram R$ 100 para ouvir o marqueteiro _o mesmo preço de um lugar na mesa no show do Roberto Carlos, programado para ontem em Teresina. O dinheiro arrecadado vai para a construção da nova sede do PT. Durante o evento, ele sorteou para o público alguns livros de sua autoria ("Duda Mendonça - Casos & Coisas", da ed. Globo).
Entre os seus ensinamentos para a platéia (veja quadro nesta página), o marqueteiro disse que "a massa está cada vez mais organizada e consciente, e quem elege é quem ganha menos de R$ 1.000". Ele também abordou o problema da violência urbana: "Se os ricos não fizerem concessões, vão ter que andar de carro blindado e morar em Miami".
Duda fez ainda uma defesa dos marqueteiros em geral. "Ainda há um certo preconceito contra isso, mas marketing político não é picaretagem. O marketing do Collor [ex-presidente Fernando Collor de Mello, eleito em 1989] não estava errado, do cara jovem que lutava contra os descamisados, voava de avião supersônico. Ele era o super-herói que o povo queria, o Brasil queria aquilo. O que estava errado era o governo dele [que terminou em 1992, após processo de impeachment]."
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