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26/11/2003
-
21h00
JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Londrina
MARI TORTATO
da Agência Folha, em Curitiba
O relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Banestado, divulgado hoje em Curitiba (PR), responsabiliza o Banco Central, o TC (Tribunal de Contas) do Paraná e o governo Jaime Lerner pelos prejuízos causados no processo de saneamento e privatização do banco.
Acordo de última hora, no entanto, retira o nome do ex-governador Jaime Lerner (ex-PFL, hoje no PSB) do relatório. O governo Lerner é substituído, no texto, pelo termo "governo anterior".
O acordo para retirar o nome do ex-governador do relatório final foi feito entre a CPI e a mesa diretora da Assembléia Legislativa. Na última segunda-feira, em entrevista à Agência Folha, o presidente da CPI, Neivo Beraldin, afirmou que Jaime Lerner seria responsabilizado por "omissão".
O relatório final da CPI será encaminhado ao Ministério Público Federal, ao juiz da 2ª Vara Federal Criminal, que trata dos crimes contra o sistema financeiro nacional em Curitiba (PR), e à Procuradoria Geral do Estado.
Segundo o relatório, o Banco Central do Brasil, ao conceder empréstimo de R$ 5,6 bilhões para o saneamento do Banestado, em 1998, agiu politicamente, e não com critérios técnicos.
"O Banestado tinha uma passivo em aberto de R$ 2,6 bilhões e o Banco Central deveria ter decretado a intervenção no banco, mas preferiu agir de forma política, emprestando dinheiro para o Estado sanear o banco para privatizá-lo. Foi uma forma de o governo Lerner socializar os prejuízos", disse Beraldin.
O presidente da CPI estadual afirmou que o Paraná hoje paga, por mês, R$ 47 milhões referentes ao empréstimo e que esses pagamentos se estenderão até março de 2029, "em uma situação absurda para o povo paranaense".
O Banestado foi privatizado em 2000 (comprado pelo Itaú) por R$ 1,6 bilhão, valor que foi usado pelo governo paranaense para amortizar o empréstimo de R$ 5,6 bilhões para sanear o banco.
Segundo Beraldin, além de exigir devolução de dinheiro do BC, a CPI considerou que o governo anterior foi omisso em defender os interesses do Estado; e o Tribunal de Contas do Paraná fez "vistas grossas e não fiscalizou devidamente o banco comercial e conglomerado Banestado, induzindo a Assembléia, à época, a aprovar a proposta de saneamento defendida pelo governo".
Outra "grave irregularidade" que o relatório aponta é que a avaliação do banco, para fins de privatização, foi feita por apenas duas empresas: o banco Fator e a CCS Brasil (empresa ligada ao banco HSBC). "Em São Paulo, quando da privatização do Banespa [Banco do Estado de São Paulo], houve avaliações externas, auditorias do Estado e da União, coisa que não ocorreu no Paraná". disse Beraldin.
Outro lado
O Banco Central informou, por meio de sua assessoria, que a instituição não iria se manifestar sobre o relatório da CPI do Legislativo paranaense, que culpa a instituição pelos prejuízos provocados com o processo de saneamento e privatização do banco.
O ex-governador Jaime Lerner, de acordo com sua assessoria de imprensa em Curitiba, está nos Estados Unidos e não estava em condições de ser localizado para comentar o relatório da CPI. Segundo Paulo Klaus, assessor de Lerner, o ex- governador não irá comentar o relatório.
O atual presidente do Tribunal de Contas do Paraná, Henrique Naigeboren, _que é cunhado do ex-governador Jaime Lerner_ informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não tinha conhecimento do relatório para emitir opinião sobre ele.
CPI do Banestado retira nome de Jaime Lerner do relatório final
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da Agência Folha, em Londrina
MARI TORTATO
da Agência Folha, em Curitiba
O relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Banestado, divulgado hoje em Curitiba (PR), responsabiliza o Banco Central, o TC (Tribunal de Contas) do Paraná e o governo Jaime Lerner pelos prejuízos causados no processo de saneamento e privatização do banco.
Acordo de última hora, no entanto, retira o nome do ex-governador Jaime Lerner (ex-PFL, hoje no PSB) do relatório. O governo Lerner é substituído, no texto, pelo termo "governo anterior".
O acordo para retirar o nome do ex-governador do relatório final foi feito entre a CPI e a mesa diretora da Assembléia Legislativa. Na última segunda-feira, em entrevista à Agência Folha, o presidente da CPI, Neivo Beraldin, afirmou que Jaime Lerner seria responsabilizado por "omissão".
O relatório final da CPI será encaminhado ao Ministério Público Federal, ao juiz da 2ª Vara Federal Criminal, que trata dos crimes contra o sistema financeiro nacional em Curitiba (PR), e à Procuradoria Geral do Estado.
Segundo o relatório, o Banco Central do Brasil, ao conceder empréstimo de R$ 5,6 bilhões para o saneamento do Banestado, em 1998, agiu politicamente, e não com critérios técnicos.
"O Banestado tinha uma passivo em aberto de R$ 2,6 bilhões e o Banco Central deveria ter decretado a intervenção no banco, mas preferiu agir de forma política, emprestando dinheiro para o Estado sanear o banco para privatizá-lo. Foi uma forma de o governo Lerner socializar os prejuízos", disse Beraldin.
O presidente da CPI estadual afirmou que o Paraná hoje paga, por mês, R$ 47 milhões referentes ao empréstimo e que esses pagamentos se estenderão até março de 2029, "em uma situação absurda para o povo paranaense".
O Banestado foi privatizado em 2000 (comprado pelo Itaú) por R$ 1,6 bilhão, valor que foi usado pelo governo paranaense para amortizar o empréstimo de R$ 5,6 bilhões para sanear o banco.
Segundo Beraldin, além de exigir devolução de dinheiro do BC, a CPI considerou que o governo anterior foi omisso em defender os interesses do Estado; e o Tribunal de Contas do Paraná fez "vistas grossas e não fiscalizou devidamente o banco comercial e conglomerado Banestado, induzindo a Assembléia, à época, a aprovar a proposta de saneamento defendida pelo governo".
Outra "grave irregularidade" que o relatório aponta é que a avaliação do banco, para fins de privatização, foi feita por apenas duas empresas: o banco Fator e a CCS Brasil (empresa ligada ao banco HSBC). "Em São Paulo, quando da privatização do Banespa [Banco do Estado de São Paulo], houve avaliações externas, auditorias do Estado e da União, coisa que não ocorreu no Paraná". disse Beraldin.
Outro lado
O Banco Central informou, por meio de sua assessoria, que a instituição não iria se manifestar sobre o relatório da CPI do Legislativo paranaense, que culpa a instituição pelos prejuízos provocados com o processo de saneamento e privatização do banco.
O ex-governador Jaime Lerner, de acordo com sua assessoria de imprensa em Curitiba, está nos Estados Unidos e não estava em condições de ser localizado para comentar o relatório da CPI. Segundo Paulo Klaus, assessor de Lerner, o ex- governador não irá comentar o relatório.
O atual presidente do Tribunal de Contas do Paraná, Henrique Naigeboren, _que é cunhado do ex-governador Jaime Lerner_ informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não tinha conhecimento do relatório para emitir opinião sobre ele.
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