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27/11/2003 - 20h00

Ex-ministro diz que Lula copia política de FHC contra o desenvolvimento

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MARI TORTATO
da Agência Folha, em Florianópolis

O ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros disse hoje, em Florianópolis, que a política econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva é a mesma que impediu o país de crescer nos oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso.

Ele disse que o governo Lula "entrou em baixo astral" em razão do "índice medíocre" de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre deste ano --de 0,4%, de acordo com números divulgados anteontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

"O incrível é que no governo Lula essa escola que prevaleceu nos anos FHC continuou no poder", afirmou Mendonça de Barros em uma palestra a engenheiros, durante congresso da área.

Ministro das Comunicações no governo passado e condutor do processo de privatização na presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) na primeira gestão de FHC (1995-98), Mendonça de Barros integrava o chamado grupo dos "desenvolvimentistas" do governo, que perdeu, segundo ele, "de quatro a cinco grandes batalhas" para os monetaristas, grupo do ex-ministro da Fazenda Pedro Malan. Na palestra, ele citou algumas das derrotas sofridas.

Para Mendonça de Barros, "foi barbeiragem" o que o Banco Central fez com a política de juros no governo Lula. Segundo ele, "ao elevar os índices para [um patamar] mais alto do que precisava e por mais tempo", a "barbeiragem" custou pelo menos mais 10% de acréscimo na dívida interna.

O ex-ministro elogiou a agenda de debates para retomada do desenvolvimento anunciada anteontem pelo ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento). O mais importante, para Mendonça de Barros, "foi a decisão política de que o debate da questão industrial é necessário para se colocar o país numa rota de desenvolvimento".

Mas o ex-ministro insinua que há risco de ela não ser implementada por ação da escola predominante no Ministério da Fazenda há quase nove anos. "Precisamos ver se isso [a agenda] vai ter desdobramento, ou se vai ficar no nível simbólico que o PT usa para aplacar críticas de certos segmentos", disse.

Ele se declarou um pessimista sobre as chances de crescimento econômico e disse que a carga tributária vai continuar crescendo, apesar do discurso contrário do governo.

Segundo Mendonça de Barros, ainda que virtuosas, as garantias sociais do governo FHC pressionaram as contas do Estado que, por sua vez, pressionam por aumento da carga tributária em uma situação em que não há crescimento. "É o ciclo vicioso: mais carga, menos crescimento; menos crescimento, mais carga", afirmou.
 

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