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29/11/2003 - 09h04

Governador de Roraima demite 3 secretários suspeitos

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da Agência Folha, em Boa Vista

O governador de Roraima, Flamarion Portela (PT), exonerou ontem, por volta das 20h (horário de Brasília), três de seus secretários de Estado com a justificativa de "manter a boa imagem" de sua administração, segundo sua assessoria de imprensa.

Na última quarta-feira, outros três funcionários que faziam parte do primeiro e segundo escalões do governo já haviam sido exonerados pelo petista.

Dois já estão presos pela Polícia Federal e um está foragido sob a acusação de envolvimento no "escândalo dos gafanhotos".

Deixaram suas pastas Jorci Mendes de Almeida (Fazenda), Diva Briglia (Gabinete Civil) e Valdemar Paracat (Administração). Segundo a assessoria de Portela, a medida foi de prevenção, uma vez que os nomes dos três teriam aparecido em depoimentos prestados à força-tarefa que investiga a corrupção no Estado, desde o início do ano.

Nenhum dos ex-secretários teve pedido de prisão temporária decretado pela Justiça.

A Agência Folha não conseguiu localizar as autoridades em Boa Vista ontem à noite.

Já tinham sido exonerados Vera Regina, ex-secretária de Articulação Municipal, Ângelo Paiva, foragido da Justiça e ex-diretor da Polícia Judiciária, e Berinho Betim, deputado estadual licenciado e ex-presidente do Ipem (Instituto de Pesos e Medidas).

Por meio de sua assessoria, Portela disse que "fez um compromisso público" de afastar de seu governo qualquer pessoa que tivesse suspeita de envolvimento com o esquema de desvio de recursos públicos.

Os nomes dos secretários exonerados ontem, porém, constavam entre os suspeitos da força-tarefa há mais de seis meses.

Anteontem, a Folha revelou que uma amiga de Flamarion, a engenheira Sônia Pereira Nattrodt disse que, a pedido dele, recebeu temporariamente salário de R$ 2.500 sem trabalhar no início de 2002, conforme depoimento à PF ao qual o jornal teve acesso.

Ela disse que sua remuneração constava de uma tabela de salários do serviço público estadual processada separadamente da folha oficial, em um microcomputador não interligado ao computador central. Dos R$ 5 milhões que eram pagos por meio dela, R$ 3,5 milhões seriam destinados a "servidores-fantasmas".

Ameaças

O governador de Roraima enviou ofício ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Maurício Corrêa, no qual afirma que ele próprio e parentes estão sofrendo ameaças de morte e de sequestro.

As ameaças estariam partindo de integrantes da Polícia Civil que foram reprovados em recente concurso público. "Eles entendem que a culpa é minha por ter realizado o concurso", relatou o governador petista.

Ao receber o ofício, no início da semana, Bastos pediu ao diretor do Departamento de Polícia Federal, Paulo Lacerda, que tomasse providências. Corrêa reenviou a sua correspondência ao ministro da Justiça, dizendo que não lhe cabe tomar nenhuma medida, na condição de presidente do STF.

"Como apenas 9.000 dos cerca de 80 mil inscritos serão aproveitados, em razão de ser esse o número de vagas existentes, esses aproveitadores de ocasião estão criando essa idéia de pânico, de caos, esperando colher dividendos políticos", disse o petista.

Flamarion está para ser julgado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em processo no qual é acusado de abuso de poder econômico e político durante a campanha de 2002. O parecer do Ministério Público é favorável à cassação de seu mandato.
 

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