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02/12/2003
-
07h00
KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Apesar dos apelos para perdoar a senadora Heloísa Helena (AL), a cúpula do PT e do governo já decidiu expulsá-la do partido. A avaliação da direção petista e do Palácio do Planalto é que um perdão pode gerar uma crise com setores moderados e radicais da legenda que discordam de políticas do governo, mas votam a favor no Congresso. Mais: arranharia a autoridade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente do partido, José Genoino.
A articulação do vice-presidente, José Alencar (PL), e do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) para tentar salvar Helena contraria a cúpula do PT e o governo.
No próximo dia 14, em São Paulo, o Diretório Nacional do PT se reunirá para analisar os casos de Helena e de mais três deputados radicais. Helena votou contra a reforma da Previdência. Os três radicais Luciana Genro (RS), Babá (PA) e João Fontes (SE) também votaram contra o governo, apesar de o partido ter fechado questão e pedido voto a favor.
A Folha apurou que os líderes do Campo Majoritário, grupamento de tendências moderadas do PT, já decidiu expulsar Helena e os três radicais.
A atitude de Alencar, que pediu a Lula na semana passada para perdoar Helena, foi mal recebida no governo e no PT. Segundo um auxiliar de Lula, Alencar deveria cuidar do seu partido, o PL, e não interferir em assuntos do PT.
Já o senador Eduardo Suplicy (SP), de acordo com esse auxiliar presidencial, deveria conversar com três senadores do PT que, apesar de serem contra a reforma da Previdência, deram voto favorável na semana passada.
Para membros da cúpula e o próprio Lula, Alencar e Suplicy mais uma vez fazem movimentos no qual capitalizam imagem de bondade e deixam o PT e o presidente em situação difícil.
Assunto do partido
A Folha apurou que Lula e o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, querem a expulsão de Helena. Publicamente, porém, deverão manter o discurso de que é um assunto do partido e de que a legenda tem regras.
Genoino diz que a decisão caberá ao Diretório Nacional no próximo dia 14 e afirma que "estão em jogo o princípio da fidelidade partidária, mas também da liberdade de opinião no PT". Ele diz que o PT sempre respeitou divergências e deu liberdade a seus membros para se manifestarem publicamente contra decisões do partido. No entanto, afirmou que, fechada a questão na legenda sobre determinada matéria, é compromisso de todos votar como acertado.
Genoino não quis comentar as articulações de Alencar e Suplicy para tentar salvar Helena.
A senadora pretende fazer pessoalmente a sua defesa no processo de expulsão que o Diretório Nacional do partido deve julgar neste mês. Helena também tentou minimizar as declarações de sua mãe, Helena Moraes, que em entrevista à Rádio Gazeta, de Alagoas, chamou o governo Lula de terrorista.
Colaborou a Folha Online
Apesar de apelos por perdão, PT decide expulsar Helena
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Apesar dos apelos para perdoar a senadora Heloísa Helena (AL), a cúpula do PT e do governo já decidiu expulsá-la do partido. A avaliação da direção petista e do Palácio do Planalto é que um perdão pode gerar uma crise com setores moderados e radicais da legenda que discordam de políticas do governo, mas votam a favor no Congresso. Mais: arranharia a autoridade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente do partido, José Genoino.
A articulação do vice-presidente, José Alencar (PL), e do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) para tentar salvar Helena contraria a cúpula do PT e o governo.
No próximo dia 14, em São Paulo, o Diretório Nacional do PT se reunirá para analisar os casos de Helena e de mais três deputados radicais. Helena votou contra a reforma da Previdência. Os três radicais Luciana Genro (RS), Babá (PA) e João Fontes (SE) também votaram contra o governo, apesar de o partido ter fechado questão e pedido voto a favor.
A Folha apurou que os líderes do Campo Majoritário, grupamento de tendências moderadas do PT, já decidiu expulsar Helena e os três radicais.
A atitude de Alencar, que pediu a Lula na semana passada para perdoar Helena, foi mal recebida no governo e no PT. Segundo um auxiliar de Lula, Alencar deveria cuidar do seu partido, o PL, e não interferir em assuntos do PT.
Já o senador Eduardo Suplicy (SP), de acordo com esse auxiliar presidencial, deveria conversar com três senadores do PT que, apesar de serem contra a reforma da Previdência, deram voto favorável na semana passada.
Para membros da cúpula e o próprio Lula, Alencar e Suplicy mais uma vez fazem movimentos no qual capitalizam imagem de bondade e deixam o PT e o presidente em situação difícil.
Assunto do partido
A Folha apurou que Lula e o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, querem a expulsão de Helena. Publicamente, porém, deverão manter o discurso de que é um assunto do partido e de que a legenda tem regras.
Genoino diz que a decisão caberá ao Diretório Nacional no próximo dia 14 e afirma que "estão em jogo o princípio da fidelidade partidária, mas também da liberdade de opinião no PT". Ele diz que o PT sempre respeitou divergências e deu liberdade a seus membros para se manifestarem publicamente contra decisões do partido. No entanto, afirmou que, fechada a questão na legenda sobre determinada matéria, é compromisso de todos votar como acertado.
Genoino não quis comentar as articulações de Alencar e Suplicy para tentar salvar Helena.
A senadora pretende fazer pessoalmente a sua defesa no processo de expulsão que o Diretório Nacional do partido deve julgar neste mês. Helena também tentou minimizar as declarações de sua mãe, Helena Moraes, que em entrevista à Rádio Gazeta, de Alagoas, chamou o governo Lula de terrorista.
Colaborou a Folha Online
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