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05/12/2003 - 21h00

PF prende mais dois envolvidos no escândalo dos gafanhotos

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JAIRO MARQUES
da Agência Folha, em Boa Vista

A Polícia Federal prendeu hoje em Parintins, Amazonas, mais dois foragidos, desde o dia 27, acusados de envolvimento no chamado "escândalo dos gafanhotos" de Roraima, que pode ter lesado os cofres públicos em mais de R$ 230 milhões.

Foram presos o ex-deputado Augusto Iglesias e sua mulher, Elizabeth Ayako Nishimura, investigados por supostos crimes de formação de quadrilha e peculato.

À 0h de amanhã, venceriam as prisões temporária de outras 41 pessoas que já estavam detidas, entre elas o ex-governador Neudo Campos (PP), 55, que poderia continuar preso caso a Justiça acatasse pedido de prisão preventiva encaminhado pelo Ministério Público Federal no final da tarde.

Dos dois detidos hoje, de acordo com a força-tarefa que apura as fraudes, o ex-deputado teria ligado a ele uma "nuvem de gafanhotos" (funcionários fantasmas do Estado que ficariam com menos de 90% dos vencimentos e passariam o restante para a autoridade a qual tinha relações) formada por 35 pessoas, devorando R$ 66 mil em recursos públicos todos os meses, desde 1998.

Já a mulher do ex-parlamentar entra na investigação como uma das procuradoras da fraude. Os procuradores, cerca de 60, são acusados de aliciar 5.500 pessoas em Roraima, os gafanhotos. Eles colocariam os nomes na folha de pagamento do Estado e, depois, fariam os aliciados assinarem procurações dando direitos de recebimento dos vencimentos, que variavam de R$ 400 a R$ 4.000.

Até hoje, não havia informação sobre quem seriam os advogados de Iglesias e Nishimura.

Desde o início da operação "Praga do Egito", que tinha a missão de cumprir 57 prisões temporárias decretadas pela Justiça, 49 pessoas foram detidas, outras seis já foram liberadas, uma estava foragida e outra havia morrido.

Dos detidos, 41 poderiam ser libertados ainda hoje, incluindo o ex-governador, porque vencia o prazo das prisões (cinco dias que foram renovados por mais cinco). Na cadeia, estavam ex-parlamentares e parentes de atuais deputados e conselheiros do Tribunal de Contas do Estado. Após depoimento, foram indiciados por formação de quadrilha e peculato.

Até o final da tarde, a Justiça Federal não havia decidido se aceitaria o pedido de prisão preventiva, válida por 80 dias, encaminhado pela Procuradoria da República para alguns dos presos. Não foi revelado quantos, apenas que entre eles estaria Neudo Campos, acusado de ser o mentor do escândalo.

A preventiva seria para evitar possíveis coações de testemunhas e obstrução do andamento dos 40 inquéritos que apuram as fraudes.
 

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