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16/12/2003
-
19h42
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
da Folha Online
A Fundação Santo André, instituição de ensino superior e de ensino médio ligada à prefeitura da cidade, exonerou hoje a professora Marilena Nakano, cunhada do prefeito Celso Daniel, morto em janeiro do ano passado. Ex-secretária de Educação no primeiro mandato de Daniel (1989-1992), Nakano e outros cinco docentes foram deligados pelo Conselho Universitário da instituição.
O vereador Professor Ricardo Alvarez (PT) disse acreditar que a exoneração de Nakano --que há vinte anos trabalha na instituição, na qual atualmente coordenava o curso de Pedagogia-- é uma retaliação à reabertura das investigações do caso Celso Daniel.
No último dia 5 o Ministério Público denunciou o empresário Sérgio Gomes da Silva como mandante da morte de Daniel. A Justiça aceitou a denúncia e Silva está preso preventivamente.
"O reitor da Fundação Santo André foi indicado pelo prefeito [João Avamileno (PT)]. Qual a minha leitura? Isso é uma retaliação ao caso do Celso [Daniel]. E aí outros cinco professores entraram de "gaiatos" nessa retaliação para não ficar evidente", disse Alvarez.
Ainda segundo o vereador, que é amigo de Bruno José Daniel Filho, irmão de Celso, marido de Nakano e também professor da faculdade, o conselho decidiu pela exoneração "alegando que é prerrogativa do reitor" e não deu direito à defesa a Nakano.
"Foi feita uma reunião do Conselho Universitário, que decidiu mandar seis professores embora, alegando que é prerrogativa do reitor demitir. O estatuto diz que tem que se montar comissão e os demitidos tem que ter direito de defesa", completou Alvarez, que também é professor na Fundação.
Outro lado
O secretário de governo de Santo André, Mário Maurici, afirmou que "não sabe o que dizer" sobre a suposta ligação entre a demissão de Nakano e a reabertura das investigações.
"Não sei o que dizer a esse respeito. O prefeito [Avamileno] não tem nenhum interesse [na demissão]. A relação dele com a família [de Celso Daniel] é muito boa", declarou Maurici.
"O Conselho Universitário tem autonomia e o prefeito não tem como fazer rever [as demissões]. Ele [Avamileno] se solidariza com os demitidos, mas acredita que a atitude do conselho não contribui em nada para a consolidação do centro universitário da Fundação Santo André", completou.
O reitor da Fundação Santo André, Odair Bermelho, não foi localizado pela reportagem. Até as 20h30 desta terça-feira nem ele nem seus assessores retornaram as ligações da Folha Online.
O professor Nelso Stepanha, um dos membros do Conselho Universitário, disse que a demissão dos colegas é uma medida administrativa do conselho. Segundo ele, o órgão é formado por docentes e não conta com nenhum membro indicado pela prefeitura de Santo André.
Os outros cinco professores que foram exonerados hoje são Teresinha Ferrari, Maria de Lourdes Rueger, Ivete Rosa, Maria Helena Gouveia e Simone Yaconetti.
Os professores exonerados deve se reunir hoje à noite para decidir se vão impetrar um mandado de segurança pedindo à Justiça a reintegração à Fundação.
Faculdade de Santo André exonera cunhada de Celso Daniel
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da Folha Online
A Fundação Santo André, instituição de ensino superior e de ensino médio ligada à prefeitura da cidade, exonerou hoje a professora Marilena Nakano, cunhada do prefeito Celso Daniel, morto em janeiro do ano passado. Ex-secretária de Educação no primeiro mandato de Daniel (1989-1992), Nakano e outros cinco docentes foram deligados pelo Conselho Universitário da instituição.
O vereador Professor Ricardo Alvarez (PT) disse acreditar que a exoneração de Nakano --que há vinte anos trabalha na instituição, na qual atualmente coordenava o curso de Pedagogia-- é uma retaliação à reabertura das investigações do caso Celso Daniel.
No último dia 5 o Ministério Público denunciou o empresário Sérgio Gomes da Silva como mandante da morte de Daniel. A Justiça aceitou a denúncia e Silva está preso preventivamente.
"O reitor da Fundação Santo André foi indicado pelo prefeito [João Avamileno (PT)]. Qual a minha leitura? Isso é uma retaliação ao caso do Celso [Daniel]. E aí outros cinco professores entraram de "gaiatos" nessa retaliação para não ficar evidente", disse Alvarez.
Ainda segundo o vereador, que é amigo de Bruno José Daniel Filho, irmão de Celso, marido de Nakano e também professor da faculdade, o conselho decidiu pela exoneração "alegando que é prerrogativa do reitor" e não deu direito à defesa a Nakano.
"Foi feita uma reunião do Conselho Universitário, que decidiu mandar seis professores embora, alegando que é prerrogativa do reitor demitir. O estatuto diz que tem que se montar comissão e os demitidos tem que ter direito de defesa", completou Alvarez, que também é professor na Fundação.
Outro lado
O secretário de governo de Santo André, Mário Maurici, afirmou que "não sabe o que dizer" sobre a suposta ligação entre a demissão de Nakano e a reabertura das investigações.
"Não sei o que dizer a esse respeito. O prefeito [Avamileno] não tem nenhum interesse [na demissão]. A relação dele com a família [de Celso Daniel] é muito boa", declarou Maurici.
"O Conselho Universitário tem autonomia e o prefeito não tem como fazer rever [as demissões]. Ele [Avamileno] se solidariza com os demitidos, mas acredita que a atitude do conselho não contribui em nada para a consolidação do centro universitário da Fundação Santo André", completou.
O reitor da Fundação Santo André, Odair Bermelho, não foi localizado pela reportagem. Até as 20h30 desta terça-feira nem ele nem seus assessores retornaram as ligações da Folha Online.
O professor Nelso Stepanha, um dos membros do Conselho Universitário, disse que a demissão dos colegas é uma medida administrativa do conselho. Segundo ele, o órgão é formado por docentes e não conta com nenhum membro indicado pela prefeitura de Santo André.
Os outros cinco professores que foram exonerados hoje são Teresinha Ferrari, Maria de Lourdes Rueger, Ivete Rosa, Maria Helena Gouveia e Simone Yaconetti.
Os professores exonerados deve se reunir hoje à noite para decidir se vão impetrar um mandado de segurança pedindo à Justiça a reintegração à Fundação.
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