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17/12/2003 - 20h20

Ex-mulher de Rocha Mattos depõe em CPI e sai em defesa de juiz

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da Folha Online

Em depoimento à CPI da Pirataria, a auditora aposentada da Receita Federal Norma Regina Emílio Cunha, ex-mulher do juiz João Carlos da Rocha Mattos, negou que o ex-marido tinha ligação com o comerciante chinês Law Kin Chong, dono de um shopping de contrabando em São Paulo desbaratado pela Operação Anaconda.

O chinês teria presenteado o magistrado com um aparelho de TV, apreendido no apartamento de Norma.

A auditora também não negou nem confirmou que fitas do caso Celso Daniel estivessem em seu apartamento. Ela disse que tem o direito de ficar calada, que preferia não tocar neste assunto e que corre risco de morte.

Norma Regina, detida em São Paulo em 30 de outubro e transferida no dia 1º de dezembro para Brasília , é um dos alvos da Operação Anaconda, investigação promovida há mais de um ano e meio pela PF e pela Procuradoria da República para desbaratar o suposto esquema de corrupção que envolveria membros do Judiciário, empresários e policiais.

Antes de comparecer à comissão, ela entrou com liminar no STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo que seu depoimento não fosse gravado por emissoras de rádio e televisão nem fotografado. A liminar foi concedida pela Ministra Ellen Gracie.

Nervosa, Norma ameaçou interromper seu depoimento após discussão com o presidente da comissão, deputado Luiz Antônio Medeiros (PL-SP), que a chamou de mafiosa. Antes de ser ouvida, ela recebeu atendimento médico por não estar se sentindo bem.

Chinês

Apesar de Norma ter negado que o ex-marido tinha ligação com Chong, o vice-presidente da CPI, deputado Júlio Lopes (PP-RJ), afirma que já existem indícios de ligação entre o comerciante chinês e o juiz.

"Rocha Mattos levou o filho para um jantar com o chinês. Ninguém leva um filho para um jantar quando não tem intimidade com a outra pessoa", afirmou o deputado.

Ela disse ainda à CPI que tinha um relacionamento conturbado com o ex-marido, o juiz João Carlos da Rocha Matos, com quem esteve casada entre 1988 e 1998. Por duas vezes, ela teria pensado na hipótese de pedir a interdição do juiz. Segundo Norma, Rocha Matos tinha ataques de fúria, nos quais teria agredido o próprio filho e tentado matá-la.

Movimentação financeira

O relator da CPI, deputado Josias Quintal (PMDB-RJ), pediu explicações para essas movimentações. Norma não respondeu e disse que suas declarações de renda estavam sendo analisadas pela Polícia Federal e pela CPI.

A ex-auditora não soube explicar a movimentação de sua conta bancária. Em 1998, a movimentação foi de R$ 156 mil; em 1999, subiu para R$ 872 mil; em 2000, baixou para R$ 246 mil; em 2001, voltou a subir para R$ 712 mil; em 2002; a movimentação foi de R$ 156 mil; e, neste ano, já havia chegado a R$ 201 mil.

A CPI da Pirataria decidiu que vai convocar novamente a auditora porque seu depoimento não atendeu às expectativas dos integrantes da comissão. Na próxima vez, segundo os membros da CPI, como acusada e não como testemunha.

Com Agência Câmara

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