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18/12/2003 - 23h58

Deputado envolvido no escândalo dos gafanhotos se entrega à polícia

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EDUARDO DE OLIVEIRA
da Agência Folha

O deputado estadual cassado Jalser Renier Padilha (PFL-RR), acusado de ser um dos pivôs do "escândalo dos gafanhotos", se entregou na madrugada de hoje à Polícia Federal.

De acordo com o delegado Thiago Giavarotti, Padilha procurou primeiro a Polícia Civil, onde se apresentou com um advogado. De lá, foi conduzido ao prédio da PF, onde chegou por volta da 0h.

Da PF, o deputado cassado foi levado para a Cadeia Pública de Boa Vista. Por não ter curso superior, ele não terá direito a cela especial.

Padilha teve o mandato cassado na terça-feira pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral), a partir de pedido apresentado pelo MPF (Ministério Público Federal). Após a sessão, o MPF conseguiu com a Justiça decreto da prisão preventiva de Padilha.

Para os cinco desembargadores que votaram (a cassação foi definida por unanimidade), ficou comprovado que Padilha praticou abuso do poder econômico ao longo da campanha eleitoral que o reelegeu no ano passado.

Ele era acusado de distribuir ingressos de cinema, de um parque aquático, bolsas de estudo num curso pré-vestibular e de ter custeado uma festa com fins eleitorais, a uma semana da eleição.

Ontem à tarde, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em decisão do ministro Barros Monteiro, negou liminar em medida cautelar apresentada pela defesa, que buscava suspender os efeitos da decisão do TRE e restabelecer as prerrogativas parlamentares de Padilha.

Padilha é considerado pelo MPF uma das peças-chave do "escândalo dos gafanhotos".

Segundo documentos obtidos pela força-tarefa que investiga o caso, o então deputado recebeu R$ 1.319.852,69 em recursos públicos desviados, entre janeiro e julho do ano passado.

Etelvina Padilha, mãe do deputado, também está presa preventivamente, acusada de tirar benefícios da fraude.

Outro lado

Francisco das Chagas Batista, advogado do ex-deputado Jalser Renier Padilha (PFL), negou hoje que o seu cliente tenha praticado alguma irregularidade nas eleições do ano passado. Negou também a sua participação no "escândalo dos gafanhotos".

"O meu cliente não tem envolvimento nenhum nesse escândalo dos gafanhotos. Os fatos relatados só chegaram ao conhecimento dele quando das eleições de 2002, em setembro, quando estourou o assunto", disse.

A respeito da decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que negou a liminar impetrada na medida cautelar, ele ainda estuda o que fazer.

"Eu vou analisar a forma de recurso, se é conveniente ou não recorrer [da negativa da liminar], ou então esperar o julgamento do mérito da cautelar."

No aspecto criminal, já que Padilha está preso preventivamente sob acusação de participação no "escândalo dos gafanhotos", o advogado disse que vai pedir habeas corpus no Tribunal Regional Federal para que o seu cliente responda ao processo em liberdade.
 

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