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04/01/2004 - 20h15

Brasileiro tolera erros de Lula, diz jornal americano

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da Folha Online

A elevada popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é resultado da tolerância dos brasileiros aos erros do atual governo, segundo reportagem veiculada hoje pelo jornal norte-americano "The New York Times".

O texto diz que os brasileiros conseguiram tolerar as fileiras de desempregados que cresceram para quase um milhão, a queda do poder de compra do consumidor, que caiu em 20%, e a economia que não conseguiu crescer.

"Lula, um ex-operário de fábrica e líder trabalhista de 58 anos, foi eleito em outubro de 2002 com 52,5 milhões de votos, mais do que o total de votos do vencedor de qualquer eleição presidencial em qualquer país democrático, com exceção de Ronald Reagan. Apesar de Lula ocupar o outro lado do espectro político de Reagan, ele agora também se vê sendo acusado de ser um líder Teflon", diz o jornal.

O NYT diz que as recentes pesquisas mostram que cerca de 40% dos pesquisados acreditam que o governo do PT está fazendo um bom trabalho e que o índice de aprovação do presidente está se mantendo em 70%, cerca de 10 pontos acima de seu percentual de votos em outubro de 2002.

"Em grande parte, Lula tem seguido as mesmas políticas econômicas que ele criticou quando eram praticadas pelo governo anterior, e ele tem fracassado, pelo menos temporariamente, em cumprir as promessas que fez durante a campanha", informa o jornal. O NYT diz que a inflação e as taxas de juros caíram e o superávit orçamentário aumentou ao custo de mais desemprego e recessão.

O jornal destacou ainda as discórdias existentes dentro do próprio governo. Lembrou do fato em que o ministro da Educação pediu que os alunos marchassem em Brasília para protestar contra as verbas limitadas para as universidades.

O NYT afirma ainda que a agenda social provou ser a principal fraqueza do PT. "Apesar da promessa de uma ampla reforma agrária, apenas um quarto do número prometido de famílias foi assentado. Os gastos em programas sociais caíram 8% em relação ao último ano do governo anterior e o programa Fome Zero foi capaz de gastar apenas um terço dos seus recursos destinados para 2003".

O jornal, no entanto, elogiou o desempenho do governo nas relações exteriores. "Apesar de ter criticado seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, por passar tempo demais longe do Brasil, Lula viajou ainda mais para o exterior. Ele fez lobby por uma cadeira permanente para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU e tem defendido uma política externa nacionalista".

"Com pouco para mostrar na frente doméstica, Lula tem conseguido aplacar a ala esquerda de seu partido organizando um grupo de grandes países em desenvolvimento para enfrentar os Estados Unidos e a União Européia nas negociações de comércio global".

Mas não deixou de lembrar as gafes do presidente: "Falando para empresários no Líbano no mês passado, por exemplo, ele fez uma imitação do português com sotaque dos imigrantes árabes. Quando ele chegou em Windhoek, Namíbia, na última parada de sua visita para melhorar o perfil do Brasil no outro lado do Atlântico, ele elogiou a cidade por ser 'tão limpa que você nem imaginaria estar na África'.
 

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