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07/01/2004
-
21h13
JOSÉ EDUARDO RONDON
da Agência Folha
O governador de Roraima, Flamarion Portela, 48, investigado por uma força-tarefa que apura desvio de dinheiro da folha de pagamentos do Estado, cobrou do governo federal "soluções" para o caso da terra indígena Raposa/Serra do Sol.
Flamarion disse à Agência Folha que "o governo federal terá de apresentar soluções para os problemas que ocorrerão" caso a terra indígena seja homologada como área contínua, como prevê o Ministério da Justiça.
A demarcação da área é "contínua" porque inclui cidades e fazendas que estão em seus limites.
Segundo ele, o remanejamento das pessoas que terão de deixar a área e a forma que será adotada para escoar a safra de grãos local são os principais problemas que o governo federal terá de enfrentar caso a demarcação contínua seja homologada. O governo de Roraima defende que seja feita uma demarcação não-contínua na área, deixando de fora cidades, estradas e algumas propriedades.
PT
Flamarion era vice de Neudo Campos (PP) e assumiu o governo em seu lugar em abril de 2002. Em outubro daquele ano, se reelegeu governador pelo PSL, com a bandeira da demarcação não-contínua.
Em 18 de março do ano passado, Flamarion se filiou ao PT. No mesmo dia, o presidente do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), dom Gianfranco Masserdotti, disse à Folha que a filiação levantou "suspeitas" sobre uma possível "moeda de troca" entre o governo federal e o do Estado na questão da homologação da terra indígena. De acordo com o Cimi, o PT teria garantido a Flamarion que, antes de ser assinada, a homologação seria "discutida" com o governo roraimense. Na época, Flamarion negou qualquer tipo de troca de favores entre ele e o governo federal na questão.
Em novembro passado, o "escândalo dos gafanhotos" (que havia sido noticiado pela primeira vez em 2002) voltou à tona, com a prisão por alguns dias do ex-governador Neudo Campos. A PF e o Ministério Público investigam se Flamarion foi conivente e sustentou o desvio em sua administração.
Pressionado pela direção do partido, em 12 de dezembro, Flamarion pediu afastamento do PT por 90 dias.
Dez dias depois de seu afastamento, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse que a homologação como área contínua da reserva indígena Raposa/ Serra Sol ocorrerá neste mês.
Flamarion afirmou que a intenção do governo estadual, até o momento, é de apenas "acompanhar" as manifestações.
Segundo o governador, nos próximos dias deve ir até Boa Vista, novamente, uma comissão interministerial para discutir pontos da homologação com lideranças indígenas e rurais do Estado.
Questionado pela reportagem se há um descaso do governo em relação aos protestos no Estado --já que Flamarion é a favor das reivindicações dos manifestantes--, o governador disse haver não um descaso, mas sim "um acompanhamento detalhado da situação pelo governo".
"Mandamos para a região em que os padres estão sendo mantidos reféns, soldados da tropa de elite da Polícia Militar. Adotamos, até o momento, o caminho da negociação,devido à complexidade do problema."
Governador do RR cobra "soluções" para caso de terra indígena
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da Agência Folha
O governador de Roraima, Flamarion Portela, 48, investigado por uma força-tarefa que apura desvio de dinheiro da folha de pagamentos do Estado, cobrou do governo federal "soluções" para o caso da terra indígena Raposa/Serra do Sol.
Flamarion disse à Agência Folha que "o governo federal terá de apresentar soluções para os problemas que ocorrerão" caso a terra indígena seja homologada como área contínua, como prevê o Ministério da Justiça.
A demarcação da área é "contínua" porque inclui cidades e fazendas que estão em seus limites.
Segundo ele, o remanejamento das pessoas que terão de deixar a área e a forma que será adotada para escoar a safra de grãos local são os principais problemas que o governo federal terá de enfrentar caso a demarcação contínua seja homologada. O governo de Roraima defende que seja feita uma demarcação não-contínua na área, deixando de fora cidades, estradas e algumas propriedades.
PT
Flamarion era vice de Neudo Campos (PP) e assumiu o governo em seu lugar em abril de 2002. Em outubro daquele ano, se reelegeu governador pelo PSL, com a bandeira da demarcação não-contínua.
Em 18 de março do ano passado, Flamarion se filiou ao PT. No mesmo dia, o presidente do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), dom Gianfranco Masserdotti, disse à Folha que a filiação levantou "suspeitas" sobre uma possível "moeda de troca" entre o governo federal e o do Estado na questão da homologação da terra indígena. De acordo com o Cimi, o PT teria garantido a Flamarion que, antes de ser assinada, a homologação seria "discutida" com o governo roraimense. Na época, Flamarion negou qualquer tipo de troca de favores entre ele e o governo federal na questão.
Em novembro passado, o "escândalo dos gafanhotos" (que havia sido noticiado pela primeira vez em 2002) voltou à tona, com a prisão por alguns dias do ex-governador Neudo Campos. A PF e o Ministério Público investigam se Flamarion foi conivente e sustentou o desvio em sua administração.
Pressionado pela direção do partido, em 12 de dezembro, Flamarion pediu afastamento do PT por 90 dias.
Dez dias depois de seu afastamento, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse que a homologação como área contínua da reserva indígena Raposa/ Serra Sol ocorrerá neste mês.
Flamarion afirmou que a intenção do governo estadual, até o momento, é de apenas "acompanhar" as manifestações.
Segundo o governador, nos próximos dias deve ir até Boa Vista, novamente, uma comissão interministerial para discutir pontos da homologação com lideranças indígenas e rurais do Estado.
Questionado pela reportagem se há um descaso do governo em relação aos protestos no Estado --já que Flamarion é a favor das reivindicações dos manifestantes--, o governador disse haver não um descaso, mas sim "um acompanhamento detalhado da situação pelo governo".
"Mandamos para a região em que os padres estão sendo mantidos reféns, soldados da tropa de elite da Polícia Militar. Adotamos, até o momento, o caminho da negociação,devido à complexidade do problema."
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