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07/01/2004 - 21h20

Funai pagará multa caso índios invadam outra fazenda

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande

A Justiça Federal determinou hoje que a Funai (Fundação Nacional do Índio) impeça a invasão na fazenda Princesa em Japorã (464 km de Campo Grande), Mato Grosso do Sul, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

Desde o dia 20, cerca de 3.000 índios invadiram oito fazendas no município, segundo a Funai e o MNP (Movimento Nacional de Produtores). Os proprietários da fazenda resolveram entrar com uma ação chamada interdito proibitório, que é preventiva e visa impedir invasões.

O administrador da Funai em Amambai (393 km de Campo Grande), Wilian Rodrigues, disse que não tinha sido notificado sobre a decisão. Segundo ele, existem outras ações semelhantes que ainda não foram julgadas. A Funai não tem controle das invasões, segundo Rodrigues.

O delegado da Polícia Civil Joel Vicente dos Santos disse que na delegacia de Mundo Novo, cidade vizinha a Japorã, foram registradas seis invasões até ontem. Os índios expulsaram pelo menos 15 funcionários das propriedades.

Os proprietários rurais não sabem a quem recorrer, disse o presidente do MNP, João Bosco Leal.

"É como se a região não fosse mais um pedaço do Brasil", afirmou à Agência Folha o pecuarista Flávio Teles de Menezes, 58. A fazenda dele foi invadida anteontem. Ele disse que possui 2.300 cabeças de gado na área e não sabe qual será o destino do rebanho. "As porteiras estão abertas", afirmou.

Os índios querem a ampliação da aldeia Porto Lindo de 1.600 hectares para 9.400 hectares. Nessa área maior estão situadas as fazendas invadidas.

A presidência da Funai informou, por meio de sua assessoria, que não enviará o indigenista Cláudio Romero para negociar com os índios das etnias guaranis e caiuás. Desde o dia 20, Os guaranis e caiuás esperavam a chegada de Romero ainda nesta semana.

Os líderes dos índios disseram à Agência Folha, quando a reportagem esteve em duas fazendas invadidas na semana passada, que querem a presença de Romero por ele ter negociado conflitos anteriores na região.

A assessoria da Funai em Brasília informou que o indigenista, por uma decisão administrativa, ficou encarregado de trabalhar com xavantes em Mato Grosso. Não está definido se será enviado outro técnico para ir até a região de conflito.
 

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