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09/01/2004 - 07h34

Evento reúne elite escolar, diz Ibase

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MURILO FIUZA DE MELO
da Folha de S.Paulo, no Rio

A maioria dos participantes da última edição do FSM (Fórum Social Mundial), realizado em janeiro de 2003 em Porto Alegre, era adepta de alguma religião, tinha alto nível de escolaridade e defendia a legalização ou a descriminalização do aborto.

As informações constam de pesquisa inédita sobre o público do fórum divulgada ontem no Rio pela ONG (organização não-governamental) Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas).

O estudo mostra que a escolaridade dos participantes era bem maior que a média brasileira: 73,4% tinham nível superior incompleto ou completo, 9,7% com mestrado ou doutorado. Só 21% disseram ter de 9 a 12 anos de estudo, e 4,7%, de zero a oito anos.

O Censo 2000, do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), mostra que só 15% dos brasileiros têm ensino médio completo ou superior incompleto, e 4,1%, superior completo. "Lutamos por outra globalização, mas nós mesmos temos um déficit de globalidade social muito grande. Examinando o nível de escolaridade, percebemos que não representamos a sociedade real", afirmou Cândido Grzybowski, diretor do Ibase.

Grzybowski disse que a criação de um fundo de solidariedade minimiza a ausência dos setores excluídos. Em Porto Alegre, por exemplo, os organizadores pagaram a inscrição de 500 delegados. A taxa custou US$ 50.

A pesquisa revela que 62,6% disseram seguir alguma religião. Entre os brasileiros, foi alto o percentual dos que não têm religião: 34,7%. No total da população, a proporção é de 7,3%, segundo o IBGE. Dos com religião, a maioria disse ser católica (61,6 %).

Do total de entrevistados, 76% responderam ser favoráveis ao aborto --40% a favor e 36% com restrições. Outra revelação da pesquisa é a pouca participação de estrangeiros no evento. Dos cerca de 100 mil participantes, 85,9% eram brasileiros, contra 14,1% de estrangeiros.

Além de ter um alto nível de escolaridade, os participantes da última edição do fórum são, na maioria, brasileiros, do sexo feminino, heterossexuais e jovens.

A maior parte disse não confiar no FMI (Fundo Monetário Internacional) e no Bird (Banco Mundial). Segundo a pesquisa, só 4% confiam total ou parcialmente em ambos. A pesquisa ouviu 1.500 dos 100 mil participantes do último FSM. A nova edição ocorre pela primeira vez fora do Brasil, entre os dias 16 e 21, na Índia, onde conviverá com opositores, como militantes do espanhol ETA e das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
 

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