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09/01/2004 - 22h45

Ameaça a pedágio vem desde campanha eleitoral

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MARI TORTATO
da Agência Folha, em Curitiba

O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), passou a campanha eleitoral de 2002 repetindo a frase "ou a tarifa cai, ou o pedágio acaba". No primeiro ano de governo, a tarifa ficou congelada em consequência da queda-de-braço "governo-concessionárias" na Justiça, mas o pedágio não só se mantém, como todos os indícios levam à previsão de que, se vencer o confronto com as concessionárias, o governo de Requião assume esse caixa.

A discussão pelo preço do pedágio foi apenas um dos conflitos que o "estilo Requião de governar" pautou o primeiro ano da administração do PMDB. O governo ganhou força no discurso duro de Requião e no impacto de decretos que assinou.

Já há políticos avaliando que o governador paranaense tem planos para disputar a sucessão do aliado Luiz Inácio Lula da Silva, preenchendo uma lacuna de mudanças e controle do governo em determinadas áreas sociais que o governo petista não ocupou.

Assim que assumiu, Requião rompeu a maioria dos contratos com empresas de informática fechados no governo passado e acusou o antecessor, Jaime Lerner (ex-PFL, hoje PSB) de inúmeras irregularidades na área.

Num segundo momento, respaldou o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) nas invasões de terras, praças de pedágio e áreas de plantio de transgênicos. Provocou, com isso, a reação de ruralistas, que ameaçaram se armar e retaliar as invasões. Só em meados do ano, o governo Requião promoveu a primeira desocupação de área.

A disputa pelo controle acionário da Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná), a retomada da Copel (a estatal energética), pleitos ao Ministério Público para revisão dos incentivos fiscais às montadoras de veículos instaladas no final dos anos 90, rompimento do contrato de exclusividade do Itaú em movimentar o dinheiro do Estado foram algumas das ações de Requião.

De tudo isso, nada se compara ao impacto de medidas como a ordem para a Polícia Militar invadir uma praça de pedágio para evitar o aumento da tarifa, em novembro passado. Ou de fechar as fronteiras do Paraná para caminhões supostamente carregados de soja transgênica, cujo plantio e exportação ele proibiu, apesar de lei federal garantir o contrário.
 

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