Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
04/06/2009 - 12h25

Minc diz que não vai se intimidar com insultos e provocações e nega deixar governo

Publicidade

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Pressionado por parlamentares da bancada ruralista para deixar o governo, o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) negou nesta quinta-feira que esteja de "saída" do cargo. Ao participar de audiência pública na Câmara, Minc disse que não são os ruralistas que "nomeiam ou demitem ministros" apesar de estarem dispostos a "tirar uma picanha do Carlinhos Minc".

"Aqueles que acham que com insultos, provocações, vão pedir o meu pobre pescocinho, que eu vou abrir a guarda, estão muito enganados. Não perdem por esperar. Nossa resposta vai ser intensificar a luta", afirmou.

Minc disse que deve estar "incomodando muita gente", por isso os ruralistas decidiram pedir o seu afastamento do cargo. "O desmatamento está caindo e estamos pegando boi pirata. Não vão transformar a Amazônia em carvão. Podem chiar, podem pedir a cabeça, vou continuar combatendo a impunidade ambiental."

A Comissão de Desenvolvimento Sustentável da Câmara transformou o debate sobre mudanças no bioma do cerrado numa espécie de desagravo ao ministro. Cercado por deputados favoráveis às causas ambientais, Minc foi aplaudido e saudado pelos parlamentares. Nenhum deputado da bancada ruralista compareceu à comissão para debater com o ministro.

Apesar da briga com os parlamentares ligados à agricultura, Minc disse que está disposto a dialogar com os deputados e ruralistas no que diz respeito ao meio ambiente. "Vamos dialogar com todo mundo, até com ruralistas. Mas ao que me consta não são os ruralistas que nomeiam ou demitem ministros, é o presidente Lula", afirmou.

A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), protocolou esta semana denúncia contra Minc na PGR (Procuradoria Geral da República) por crime de responsabilidade. Ela ainda encaminhou pedido de demissão do ministro à Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

O impasse teve início da semana passada, depois que Minc chamou os ruralistas de "vigaristas" ao participar do "Grito da Terra" --manifestação organizada por trabalhadores rurais.

Abreu afirma que Minc ofendeu os agricultores ao participar do "Grito da Terra". O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), que também integra a bancada ruralista, fez duras críticas ao ministro.

Viagem

Minc disse acreditar que sua viagem ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Bahia, prevista para amanhã, continua de pé. Nos bastidores, Lula estaria insatisfeito com a postura do ministro, que nos últimos dias criticou colegas ao afirmar que vem lutando sozinho pela defesa do meio ambiente.

"Se tudo correr bem, vai ter a viagem. Cada dia no jornal é um sobressalto, mas ele [Lula] vai comigo", afirmou. Na viagem à Bahia, Lula deve anunciar a criação de quatro unidades de conservação ambiental.

Minc chegou a afirmar que os ministros pegavam suas "machadinhas" para ir ao Congresso "esquartejar" a lei ambiental e reclamou de Reinhold Stephanes (Agricultura) e Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos).

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página