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05/02/2004
-
05h41
IURI DANTAS
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A Polícia Federal descobriu que a pistola 380 utilizada para matar os três fiscais do trabalho e seu motorista na semana passada foi usada em pelo menos um crime de pistolagem em Minas Gerais. Além disso, as investigações do assassinato dos fiscais apontam a participação de ao menos cinco pessoas, divididas em três grupos. A Folha apurou que a direção da PF trabalha principalmente com a hipótese de crime de mando.
O exame de balística certificou o uso da mesma arma em outro homicídio em Minas. Quando um projétil é disparado, a arma deixa marcas que servem como uma espécie de "impressão digital".
João Batista Soares Lage, Erastótenes de Almeida Gonçalves e Nelson José da Silva e seu motorista Ailton Pereira de Oliveira foram mortos na manhã do dia 28, quando saíam em missão sigilosa de fiscalização em Unaí (MG).
Os governos federal e estadual criaram uma força-tarefa para apurar o caso. Os investigadores possuem duas linhas claras de investigação: assalto ou crime de mando, efetuado supostamente a pedido de fazendeiros da região.
A força-tarefa rastreou os celulares dos fiscais, levados pelos criminosos, e tenta estabelecer a rota de fuga com dados das companhias telefônicas, segundo os quais é possível localizar um celular com base na distância entre o aparelho e a Estação Rádio-Base mais próxima. Há pistas de rotas para o Espírito Santo e Bahia.
Alguns detalhes reforçam a idéia de crime encomendado. Para chegar às fazendas, os fiscais poderiam utilizar somente três estradas vicinais. Depoimentos colhidos pela força-tarefa já comprovam que houve uma "tocaia de espera" em cada um dos três caminhos. Esse tipo de tocaia é comum em chacinas no Pará. Como muitos fazendeiros de Unaí possuem terras naquele Estado, a PF ampliou as investigações até lá.
Testemunhas contaram que, na manhã do dia 28, um Fiat Strada, utilizado pelos assassinos, encontrou um Marea no segundo caminho e um Monza em outra vicinal. Outro depoimento informou a fuga em conjunto dos três carros.
Assalto
Uma quadrilha de roubo a bancos atua na região há cerca de seis meses, segundo a PF, e possui um modo de agir semelhante ao que aconteceu com os fiscais: os assaltantes param em uma estrada vicinal, abordam ocupantes de uma camionete, utilizam o veículo para assaltar e se livram dele. Os depoimentos sobre a movimentação dos carros usados pelos assassinos enfraquecem essa hipótese.
PF liga arma que matou fiscais a outro crime
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
A Polícia Federal descobriu que a pistola 380 utilizada para matar os três fiscais do trabalho e seu motorista na semana passada foi usada em pelo menos um crime de pistolagem em Minas Gerais. Além disso, as investigações do assassinato dos fiscais apontam a participação de ao menos cinco pessoas, divididas em três grupos. A Folha apurou que a direção da PF trabalha principalmente com a hipótese de crime de mando.
O exame de balística certificou o uso da mesma arma em outro homicídio em Minas. Quando um projétil é disparado, a arma deixa marcas que servem como uma espécie de "impressão digital".
João Batista Soares Lage, Erastótenes de Almeida Gonçalves e Nelson José da Silva e seu motorista Ailton Pereira de Oliveira foram mortos na manhã do dia 28, quando saíam em missão sigilosa de fiscalização em Unaí (MG).
Os governos federal e estadual criaram uma força-tarefa para apurar o caso. Os investigadores possuem duas linhas claras de investigação: assalto ou crime de mando, efetuado supostamente a pedido de fazendeiros da região.
A força-tarefa rastreou os celulares dos fiscais, levados pelos criminosos, e tenta estabelecer a rota de fuga com dados das companhias telefônicas, segundo os quais é possível localizar um celular com base na distância entre o aparelho e a Estação Rádio-Base mais próxima. Há pistas de rotas para o Espírito Santo e Bahia.
Alguns detalhes reforçam a idéia de crime encomendado. Para chegar às fazendas, os fiscais poderiam utilizar somente três estradas vicinais. Depoimentos colhidos pela força-tarefa já comprovam que houve uma "tocaia de espera" em cada um dos três caminhos. Esse tipo de tocaia é comum em chacinas no Pará. Como muitos fazendeiros de Unaí possuem terras naquele Estado, a PF ampliou as investigações até lá.
Testemunhas contaram que, na manhã do dia 28, um Fiat Strada, utilizado pelos assassinos, encontrou um Marea no segundo caminho e um Monza em outra vicinal. Outro depoimento informou a fuga em conjunto dos três carros.
Assalto
Uma quadrilha de roubo a bancos atua na região há cerca de seis meses, segundo a PF, e possui um modo de agir semelhante ao que aconteceu com os fiscais: os assaltantes param em uma estrada vicinal, abordam ocupantes de uma camionete, utilizam o veículo para assaltar e se livram dele. Os depoimentos sobre a movimentação dos carros usados pelos assassinos enfraquecem essa hipótese.
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