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08/02/2004
-
07h24
da Folha de S.Paulo
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, é o único integrante do governo paralelo, montado pelo então deputado federal Luiz Inácio Lula da Silva em 1990, que está no primeiro escalão do governo efetivo do PT.
A equipe era um contraponto à gestão de Fernando Collor, que havia vencido as eleições presidenciais de 89.
Dos 16 membros, muitos se tornaram críticos do atual governo. É o caso do geógrafo e pesquisador da USP Aziz Ab'Saber. Sobre as diferenças entre aquele período e o governo Lula, diz: "Não critico porque vão dizer que eu estou decepcionado por não fazer parte do governo. Estou é muito contente de não estar no governo".
Outros dois componentes do grupo se desligaram do PT por não concordarem com o modelo da gestão Lula: o sociólogo Francisco de Oliveira e o filósofo Carlos Nélson Coutinho.
Benedita da Silva e Cristovam Buarque eram do governo paralelo e foram ministros de Lula em 2002, mas acabaram demitidos em janeiro. José Gomes da Silva, pai do ex-ministro José Graziano --também demitido em janeiro--, era o responsável pela agricultura. Ele morreu em 1996.
Outros dois nomes estão no governo, mas em outros escalões. Luiz Pinguelli Rosa hoje ocupa a presidência da Eletrobras, mas corre o risco de perder o cargo nas negociações entre PT e PMDB. E o cardiologista José Leôncio de Andrade Feitosa é diretor da Agência Nacional de Saúde.
Também eram "ministros" o ex-senador José Paulo Bisol, hoje afastado da política, a deputada Cristina Tavares, morta em 1992, Ademar Sato, hoje pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o senador Paulo Paim (PT-RS).
O economista Walter Barelli era o responsável pela área econômica. Hoje é filiado ao PSDB. "Os programas do PT tinham foco no crescimento. No entanto, a atual política apenas traz arrocho", diz.
Também afastado está o físico Luís Carlos de Menezes, fundador do PT e "ministro" paralelo de Energia e Mineração. Questionado sobre o afastamento de ícones do PT em relação ao governo e ao partido, diz: "Quero sonhar com o dia em que ações de governo permitam que sonhos de mobilização do país por sua reumanização coloquem de novo, no mesmo campo, gente valiosa que, por ora, está em campos distintos."
Só Bastos resta do governo paralelo do PT
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O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, é o único integrante do governo paralelo, montado pelo então deputado federal Luiz Inácio Lula da Silva em 1990, que está no primeiro escalão do governo efetivo do PT.
A equipe era um contraponto à gestão de Fernando Collor, que havia vencido as eleições presidenciais de 89.
Dos 16 membros, muitos se tornaram críticos do atual governo. É o caso do geógrafo e pesquisador da USP Aziz Ab'Saber. Sobre as diferenças entre aquele período e o governo Lula, diz: "Não critico porque vão dizer que eu estou decepcionado por não fazer parte do governo. Estou é muito contente de não estar no governo".
Outros dois componentes do grupo se desligaram do PT por não concordarem com o modelo da gestão Lula: o sociólogo Francisco de Oliveira e o filósofo Carlos Nélson Coutinho.
Benedita da Silva e Cristovam Buarque eram do governo paralelo e foram ministros de Lula em 2002, mas acabaram demitidos em janeiro. José Gomes da Silva, pai do ex-ministro José Graziano --também demitido em janeiro--, era o responsável pela agricultura. Ele morreu em 1996.
Outros dois nomes estão no governo, mas em outros escalões. Luiz Pinguelli Rosa hoje ocupa a presidência da Eletrobras, mas corre o risco de perder o cargo nas negociações entre PT e PMDB. E o cardiologista José Leôncio de Andrade Feitosa é diretor da Agência Nacional de Saúde.
Também eram "ministros" o ex-senador José Paulo Bisol, hoje afastado da política, a deputada Cristina Tavares, morta em 1992, Ademar Sato, hoje pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o senador Paulo Paim (PT-RS).
O economista Walter Barelli era o responsável pela área econômica. Hoje é filiado ao PSDB. "Os programas do PT tinham foco no crescimento. No entanto, a atual política apenas traz arrocho", diz.
Também afastado está o físico Luís Carlos de Menezes, fundador do PT e "ministro" paralelo de Energia e Mineração. Questionado sobre o afastamento de ícones do PT em relação ao governo e ao partido, diz: "Quero sonhar com o dia em que ações de governo permitam que sonhos de mobilização do país por sua reumanização coloquem de novo, no mesmo campo, gente valiosa que, por ora, está em campos distintos."
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