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09/02/2004 - 08h45

Força Aérea espera 22 novos aviões

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ELIANE CANTANHÊDE
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Apesar do contingenciamento (bloqueio) de R$ 6 bilhões do Orçamento da União, o governo deverá ganhar 22 novos aviões de passageiros neste ano (15 C-145 e 7 modelos Brasília). Eles deverão ser repassados à FAB (Força Aérea Brasileira) pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).

A informação é do ministro da Defesa, José Viegas, que participou na semana passada de reunião com o chefe da Casa Civil, José Dirceu, e com o presidente do BNDES, Carlos Lessa, para discutir a complexa operação financeira de transferência dos aviões.

Essa operação não depende de recursos do Orçamento. Os aviões haviam sido comprados da Embraer pela Rio Sul, mas a companhia foi incorporada pela Varig, que não quitou a dívida. A idéia é o BNDES reavê-los e repassá-los à FAB. O valor do C-145 em 2001 era de R$ 18 milhões.

Segundo o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, o objetivo é empregar os novos aviões no transporte de equipes de dois programas: o Projeto Rondon (pelo qual estudantes universitários prestam serviços às comunidades) e o CAN (Correio Aéreo Nacional).

O contingenciamento foi anunciado pelo governo na sexta-feira, enquanto Viegas e os três comandantes militares (Exército, Marinha e Aeronáutica) participavam da comemoração dos 20 anos da base brasileira na Antártica.

"É impossível ficar alegre com um contingenciamento, mas dias melhores virão", acrescentou ele no sábado, durante o vôo de volta ao Brasil no Sucatão, o Boeing 737 da Varig usado para viagens internacionais do presidente da República e que será substituído por um Airbus no final deste ano.

O ministro não quis falar sobre a possibilidade de o contingenciamento atingir a compra do novo avião: "A Aeronáutica fez os estudos técnicos, mas a decisão é do presidente e do Planejamento".

Ainda segundo ele, o contingenciamento não atingirá o Programa Antártico nem a compra de 12 novos caças da FAB, que só serão pagos a partir de 2005. Quanto à retomada do programa espacial, prejudicado pela explosão da Base de Alcântara no ano passado, foi sutil: "Estou convencido de que haverá dotação especial". Trata-se de algo em torno de R$ 300 milhões. O orçamento da Defesa em 2004 é de R$ 28 bilhões.

Viegas tem se mostrado um bom negociador. A Defesa foi o segundo ministério em termos reais e o primeiro em termos proporcionais no descontingenciamento do final de 2003. O ministro conseguiu liberar perto de R$ 300 milhões, empenhados num único dia para diferentes projetos das três Forças. "Estávamos preparados para isso", disse.

Uma oportunidade para conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito será hoje, quando Viegas embarca na comitiva presidencial para São José dos Campos (SP), onde a Embraer fará a apresentação do protótipo do seu M-190.

"É interesse estratégico do governo criar condições para revigorar os vôos regionais num país continental como o Brasil", disse o ministro. O brigadeiro Bueno acrescentou que esses vôos caíram de 200 para 106 em 2003.

Segundo o ministro, as três Forças têm índices de indisponibilidade de 50%, o que significa que metade dos equipamentos estão defasados e inaptos para uso.

Araguaia

Cercado pelos três comandantes -Francisco Albuquerque (Exército) e Roberto Guimarães Carvalho (Marinha), além de Bueno-, Viegas falou sobre a comissão da guerrilha do Araguaia e deixou claro: "O objetivo é encontrar as ossadas, mas isso é muito difícil. As chances são mínimas".

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