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10/02/2004 - 20h59

CPT invade e Fetape faz bloqueio em PE

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FÁBIO GUIBU
DA Agência Folha, em Recife

Lavradores ligados à CPT (Comissão Pastoral da Terra) invadiram hoje a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Recife (PE). Ao mesmo tempo, trabalhadores rurais comandados pela Fetape (Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco) interditaram por duas horas a rodovia BR-101, em Escada (a 80 km ao sul de Recife).

As ações tinham objetivos distintos e não foram coordenadas em conjunto pelas duas entidades. Enquanto a Fetape reivindicava melhorias na infra-estrutura de quatro assentamentos, a CPT exigia mais rapidez no processo de desapropriação de quatro engenhos localizados em Tracunhaém (a 60 km de Recife).

No bloqueio da rodovia, quase houve confronto entre os cerca de 150 assentados que participavam da manifestação e policiais militares. O impasse ocorreu quando os PMs tentaram liberar a pista, que estava bloqueada por pneus velhos em chamas.

Houve tumulto, mas ninguém se feriu. Às 9h, a rodovia foi liberada e o fogo foi controlado pelos bombeiros. Ficou acertada uma reunião entre representantes do Incra, da Fetape e do governo do Estado no dia 17 para a discussão das reivindicações do grupo.

A Fetape alega que o governo recebeu do Incra, em 2001, R$ 6 milhões para a realização de 14 obras nos assentamentos, mas nada fez. O superintendente do Incra, João Farias de Paula Jr., confirmou o repasse da verba e disse que o prazo para a realização dos trabalhos "já expirou".

O governo alega "dificuldades burocráticas" para cumprir as metas e afirma que pretende obter do Incra a renovação do convênio. Paula Jr. diz, porém, que não há como prorrogar o prazo.

Sobre a invasão da sede do Incra, o superintendente afirmou que a reivindicação da CPT será atendida. Os invasores querem a retomada do processo de avaliação dos engenhos Tocos, Taquara, Dependência e Papicu, desapropriados no final de 2003.

As áreas, que totalizam cerca de 2.000 hectares, são vizinhas ao engenho Prado, palco de uma das ações mais violentas dos sem-terra no ano passado. Na ocasião, os lavradores invadiram a sede do engenho e atearam fogo em casas e tratores.
 

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