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12/02/2004
-
06h25
LEONARDO SOUZA
ANDRÉA MICHAEL
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O Banco do Brasil demitiu na semana passada, por justa causa, o superintendente no Amazonas, George do Nascimento, e outros 11 funcionários lotados no Estado e em Roraima, por indícios de irregularidades cometidas no escândalo que ficou conhecido como esquema dos "gafanhotos".
Oficialmente, a assessoria do BB em Brasília informou que os funcionários foram demitidos porque uma auditoria constatou que houve "descumprimento de normativos internos". A assessoria disse que não estava autorizada a fornecer o telefone dos ex-funcionários. A Folha não conseguiu localizar George do Nascimento.
Segundo a Folha apurou, as supostas irregularidades estariam ligadas a operações envolvendo a NSAP (Norte Serviços de Arrecadação e Pagamentos Ltda), uma empresa que não existe mais.
Por meio de procurações, pelo menos 60 pessoas ligadas a 30 autoridades de Roraima se apropriavam de parte ou da totalidade dos salários de supostos funcionários do governo estadual.
Um grupo de políticos e empresários cadastrava donas-de-casa e funcionários públicos na folha de pagamento. Essas pessoas foram apelidadas de "gafanhotos" por "comerem" parte do Orçamento do Estado. Cerca de 5.500 pessoas foram utilizadas no esquema.
O funcionalismo era pago pela NSAP, contratada pelo governo de RR. O desvio chegava a 70% da folha de pagamento mensal, segundo a Polícia Federal. A fraude somou cerca de R$ 230 milhões.
A base do ex-superintendente do BB era em Manaus, mas ele cuidava ainda das operações da instituição em Roraima e no Acre.
A forma como a NSAP estava envolvida nas operações bancárias feitas pela "folha-gafanhoto" levou a força-tarefa formada pela PF e o Ministério Público para investigar o caso a abrir um inquérito específico sobre a atuação da empresa, que tinha uma autorização genérica do governo de RR para operar suas contas no BB.
As suspeitas são que os ex-funcionários facilitavam a abertura ou a movimentação de contas no banco para operações irregulares com dinheiro público destinado a convênios. Parte do dinheiro que alimentava os "gafanhotos" era desviada irregularmente de convênios firmados com os ministérios dos Transportes e da Saúde. O Ministério Público e a PF descobriram a fraude em 2003.
Até ontem, não havia informações oficiais sobre a ligação de funcionários do BB ao caso.
Dois ex-membros da administração de Flamarion Portela e um deputado estadual de Roraima são investigados por suspeita de terem feito declarações de Imposto de Renda e recebido a restituição em nome de funcionários "fantasmas". Por conta do escândalo, o governador pediu afastamento do PT no final de 2003.
Esquema dos "gafanhotos" provoca 12 demissões no BB
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ANDRÉA MICHAEL
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O Banco do Brasil demitiu na semana passada, por justa causa, o superintendente no Amazonas, George do Nascimento, e outros 11 funcionários lotados no Estado e em Roraima, por indícios de irregularidades cometidas no escândalo que ficou conhecido como esquema dos "gafanhotos".
Oficialmente, a assessoria do BB em Brasília informou que os funcionários foram demitidos porque uma auditoria constatou que houve "descumprimento de normativos internos". A assessoria disse que não estava autorizada a fornecer o telefone dos ex-funcionários. A Folha não conseguiu localizar George do Nascimento.
Segundo a Folha apurou, as supostas irregularidades estariam ligadas a operações envolvendo a NSAP (Norte Serviços de Arrecadação e Pagamentos Ltda), uma empresa que não existe mais.
Por meio de procurações, pelo menos 60 pessoas ligadas a 30 autoridades de Roraima se apropriavam de parte ou da totalidade dos salários de supostos funcionários do governo estadual.
Um grupo de políticos e empresários cadastrava donas-de-casa e funcionários públicos na folha de pagamento. Essas pessoas foram apelidadas de "gafanhotos" por "comerem" parte do Orçamento do Estado. Cerca de 5.500 pessoas foram utilizadas no esquema.
O funcionalismo era pago pela NSAP, contratada pelo governo de RR. O desvio chegava a 70% da folha de pagamento mensal, segundo a Polícia Federal. A fraude somou cerca de R$ 230 milhões.
A base do ex-superintendente do BB era em Manaus, mas ele cuidava ainda das operações da instituição em Roraima e no Acre.
A forma como a NSAP estava envolvida nas operações bancárias feitas pela "folha-gafanhoto" levou a força-tarefa formada pela PF e o Ministério Público para investigar o caso a abrir um inquérito específico sobre a atuação da empresa, que tinha uma autorização genérica do governo de RR para operar suas contas no BB.
As suspeitas são que os ex-funcionários facilitavam a abertura ou a movimentação de contas no banco para operações irregulares com dinheiro público destinado a convênios. Parte do dinheiro que alimentava os "gafanhotos" era desviada irregularmente de convênios firmados com os ministérios dos Transportes e da Saúde. O Ministério Público e a PF descobriram a fraude em 2003.
Até ontem, não havia informações oficiais sobre a ligação de funcionários do BB ao caso.
Dois ex-membros da administração de Flamarion Portela e um deputado estadual de Roraima são investigados por suspeita de terem feito declarações de Imposto de Renda e recebido a restituição em nome de funcionários "fantasmas". Por conta do escândalo, o governador pediu afastamento do PT no final de 2003.
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