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13/02/2004 - 17h25

"Planalto era conivente com Diniz", dizem ex-petistas

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FABIANA FUTEMA
da Folha Online

Os ex-radicais do PT acusam o Palácio do Planalto de ser "conivente" com as ações do subchefe para Assuntos Parlamentares da Casa Civil, Waldomiro Diniz. Ele foi exonerado nesta sexta do cargo depois de ser alvo de denúncias de corrupção publicadas pela revista "Época" deste final de semana.

Segundo a deputada federal Luciana Genro (sem partido-RS), as acusações são "a ponta do iceberg de podridão" que tomou conta do PT. "Não posso dizer que outros nomes estejam envolvidos no caso de corrupção. Mas dificilmente um escalão inferior age sem a conivência do escalão superior", disse Genro se referindo ao ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu.

Para o deputado Babá (sem partido-PA), o Planalto deveria ter exonerado Diniz mais cedo. "Um homem desses não é digno do PT e de seus militantes. Faz mais de um ano que Diniz foi envolvido em outro esquema de corrupção e mesmo assim o Planalto fez vistas grossas para o caso", afirmou o ex-radical do PT.

Nova denúncia

Na edição da "Época" que chegou nesta sexta-feira às bancas, a revista publica gravações entre Diniz e o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, quando foi combinado o recebimento de propinas para interferir em uma licitação pública e também para a contribuição às campanhas eleitorais do PT.

Na época, Diniz era presidente da Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro) na gestão da governadora petista Benedita da Silva. Ele confessou à revista ter recebido dinheiro do jogo do bicho para campanha eleitoral do PT e disse ter entregue pessoalmente R$ 100 mil ao comitê do candidato derrotado do partido ao governo do Distrito Federal em 2002, Geraldo Magela.

Caça-níqueis

Foi a segunda matéria envolvendo Diniz em casos de corrupção. No ano passado, a "IstoÉ" publicou uma matéria sobre policiais envolvidos em irregularidades com máquinas de bingo eletrônico.

Diniz, que foi presidente da Loterj de junho de 2001 a abril de 2002, foi acusado de apoiar as atividades dos donos de bingos Alejandro e Johnny Ortiz, que operam com mais de 30 mil máquinas no Brasil, o que lhes daria uma receita diária superior a R$ 150 milhões.

Antes disto, ele já havia sido acusado de participar de um esquema de desvio de recursos da verba publicitária da Loterj.

Diniz também foi um dos principais defensores da renovação de um contrato da Caixa Econômica Federal com a Gtech do Brasil, empresa responsável pelo sistema operacional de todas as casas lotéricas do país. O contrato tem valor de US$ 130 milhões por ano.

No final do governo de FHC, para que fosse renovado, a Gtech se propôs a uma redução de 28% no valor do contrato, mas não houve entendimento. No governo Lula, a empresa conseguiu renovar o compromisso com a CEF, mediante uma redução de apenas 15%.
 

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