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22/02/2004 - 07h13

CPI sobre Waldomiro precisa do apoio de mais seis senadores

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ANA FLOR
LUIS RENATO STRAUSS

da Folha de S.Paulo, em Brasília

Uma enquete feita pela Folha com 69 dos 81 senadores mostra que pelo menos 21 deles são favoráveis a uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) específica para apurar o caso do ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil Waldomiro Diniz. São necessárias 27 assinaturas para a criação de uma CPI no Senado.

Há também o requerimento para uma outra comissão, a chamada CPI do Bingo. O senador Magno Malta (PL-ES), autor do requerimento, disse que para a CPI do Bingo há 33 assinaturas.

Na prática, também a CPI do Bingo deve investigar Waldomiro. O ex-assessor da Casa Civil, exonerado na semana passada, aparece em uma fita de vídeo pedindo propina ao empresário do bingo Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O dinheiro foi pedido para campanhas eleitorais em 2002. Na época, Waldomiro presidia a Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro) e chegou a negociar com Cachoeira que reescrevesse um edital para a exploração de loterias no Estado.

Em relação a uma CPI específica sobre o caso Waldomiro, 36 senadores são contrários à criação da comissão, e 12 se dizem indecisos, segundo a enquete feita pela Folha. Os 12 senadores que não se manifestaram estão em viagem.

A reportagem consultou os senadores de quarta-feira até ontem, ou obteve as informações por meio de seus gabinetes. A maioria dos indecisos disse aguardar orientação partidária. Neste grupo estão senadores de bancadas de oposição ao governo, como Paulo Octávio (PFL-DF) e João Tenório (PSDB-AL), que afirmaram querer conversar com as lideranças dos seus partidos.

Os senadores favoráveis incluem toda a bancada do PDT e a maior parte do PSDB e do PFL. A bancada do PSB ainda não tomou uma decisão, mas a tendência, segundo o senador Geraldo Mesquita Júnior (AC), é concordar com a criação da CPI.

O clima de incerteza fez a posição de muitos senadores variar durante os últimos dias. No início da tarde de quarta-feira, Heráclito Fortes (PFL-PI), ainda entre os indecisos, disse estar propenso a assinar o pedido de comissão, em respeito à posição de seu partido. Pessoalmente, Fortes não estava convencido da necessidade de CPI. Horas mais tarde, no início da noite, ele havia fechado com o grupo contrário. "Não acho que seja o caso aqui, a menos que haja algum fato novo", argumentou.

Mesmo na bancada do PMDB, que decidiu em reunião apoiar o governo, havia hesitação. Pelo menos cinco senadores não quiseram definir uma posição antes da próxima reunião da bancada, que ocorre apenas em março. Contribuiu o fato de os senadores Pedro Simon (RS) e Mão Santa (PI) terem firmado uma postura enérgica em favor da CPI.

"Quem fica em cima do muro leva bala", disse o senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS), explicando sua fidelidade ao governo e criticando a indecisão de alguns.

Para o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o feriado de Carnaval deve "oxigenar" as posições. "Até o dia 2 [de março] há tempo para todas as partes. Para mais fatos e mais esclarecimentos."

Colaborou FERNANDA KRAKOVICS, da Folha de S.Paulo, em Brasília
 

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